Por Metroviários pela Base - formado por militantes do MRT e independentes
quarta-feira 10 de fevereiro de 2016 | 18:09
1)No dia 4 de fevereiro, publicamos uma nota no portal Esquerda Diário questionando a política do PSTU na reunião ordinária da diretoria do Sindicato dos Metroviários sobre a não participação da categoria nos atos convocados pelo MPL (veja aqui)
No segundo parágrafo de nossa nota, há a informação de que o horário da reunião da diretoria foi alterado de última hora, porém essa informação estava errada, portanto, a corrigimos. Mas reiteramos que o maior problema é pautar um assunto tão polêmico em uma reunião de diretoria, o que prejudica a manifestação das visões divergentes.
2) A verdadeira discussão que queremos fazer é sobre o caráter da decisão, que reforça o isolamento dos metroviários em meio a uma conjuntura de ataques à classe trabalhadora na qual a unidade será fundamental.
O Sindicato deve continuar participando dos atos contra o aumento da passagem e lutar para construir uma sólida aliança entre os metroviários e a juventude que está em luta. Somente essa aliança será capaz de derrotar os planos de privatização de Alckmin contra os trabalhadores e a população. A não participação do Sindicato - sob a justificativa dos métodos anti-operários do MPL e Black Blocs - está errada, pois, ao contrário de coibir as ações equivocadas desses movimentos, como presenciamos na estação Consolação, deixa a Juventude que está em luta sob referência desses grupos e na contramão da aliança com os trabalhadores.
Nós, metroviários, devemos nos contagiar com o espírito da Juventude e forjar uma grande unidade contra o governo de Geraldo Alckmin. Está na nossa mão oferecer essa alternativa às centenas de jovens que estão em luta.
3) Houve uma assembleia em 28 de janeiro na qual votou-se pelo apoio do Sindicato dos Metroviários às manifestações populares democráticas. Porém, quatro dias depois, em reunião da diretoria, essa decisão é alterada sem que isso fosse questionado na assembleia por nenhum diretor (do PSTU, inclusive), ativista ou trabalhador.
Reiteramos que temos consciência de que o repúdio ao MPL encontra respaldo na própria categoria, porém, o papel da direção sindical é promover discussões na base e a partir delas, deliberar em fóruns democráticos com a participação dos trabalhadores, ou seja, em assembleias. Não podemos naturalizar que decisões importantes como a participação ou não em manifestações democráticas sejam tiradas em reuniões da diretoria do Sindicato sem a participação dos trabalhadores.
4) Em resposta a nossa nota, militantes do PSTU nos responderam que não havia sido deliberada em reunião da diretoria a não participação nas manifestações. Entretanto, o Bilhete do Sindicato traz a informação de que, por conta das táticas do MPL, "não participaremos dos próximos atos e atividades convocadas pelo MPL e avaliaremos posteriormente junto à categoria".
Trecho da ata da reunião ordinária da diretoria contradiz essa informação. O que foi votado na diretoria, segundo ata dos próprios diretores, foi "a não participação do Sindicato em uma aula pública do MPL".
Gostaríamos que o PSTU se comprometesse com suas resoluções. Qual é a verdadeira posição do partido? Para a categoria diz que não participará por ora dos atos do MPL, para sua militância justifica que não participará apenas da aula pública e que não houve nenhum rompimento com o MPL.
Na ânsia de não se queimar com nenhum setor da categoria em um ano de eleições sindicais, o PSTU oscila entre posições distintas e mirando nas eleições do Sindicato, caminha na contramão de Junho e da luta da Juventude.
5) Gostaríamos também de esclarecer, ao contrário do que foi divulgado, que o Metroviários pela Base e o MRT têm participado com frequência das reuniões do Bloco de Lutas, e continuaremos, mas consideramos que a ausência do Sindicato nos atos tornará esse bloco uma "casca vazia".
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