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EDUCAÇÃO | Conservadorismo x respeito: Por uma educação que nos ensine a decidir!

Na última quarta (09) na câmera municipal de Mauá – ABC Paulista - ocorreu a votação do PME (Plano Municipal de Educação) e votou a modificação do texto original para suprimir a palavra “diversidade” do Plano de Educação.

Jenifer TristanEstudante da UFABC

sexta-feira 11 de setembro de 2015 | 00:00

Nessa ultima terça-feira (08/09) a Câmara Municipal de Mauá levou a votação o PME, que incluía a discussão sobre diversidade sexual e gênero nas escolas. Esta tem sido uma discussão feita em todos os municípios e estados da federação, a partir do PNE (plano nacional de educação), a proposta estabelece 20 metas que devem ser cumpridas até 2024, entre as quais, a universalização da educação infantil e fundamental, alfabetização de todas as crianças até o terceiro ano do ensino fundamental e educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas.

Todo o imbróglio se deu em tordo do artido 3º do plano, que originalmente estabelecia a “garantia dos princípios que dizem respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental”. A votação em primeira instancia na Câmara mauaense se deu de forma bastante atribulada, com um setor de manifestantes cristãos , evangélicos e católicos, de um lado, e membros de movimentos LGBTs da região, de outro, expressando suas posições.

Pendurando faixas com dizeres, “não à ideologia de gênero” e “sim à família” os setores conservadores, evangélicos e católicos, defendem a retirada da palavra “diversidade” do texto apresentado para apreciação dos vereadores, pois abre margem para se fazer a discussão de gênero e sexualidade nas escolas, acreditando que de alguma forma possa influenciar na opção sexual dos adolescentes. Já os setores do movimento LGBTs, justamente pela sua condição de opressão muitas vezes humilhados, agredidos, fora e dentro das escolas, reivindicam que se discuta diversidade sexual e de gênero nas salas de aulas, penduraram bandeiras do movimento LGBTs e entoaram palavras de ordem a favor do respeito a diversidade e “não ao preconceito”. O presidente do Psol de Mauá, André Sapanos, que estava presente durante a votação avaliou como um retrocesso a exclusão do termo diversidade, que pode acabar proibindo o professor em sala de aula a discutir questões tão fundamentais para a formação dos alunos.

Virginia Guitzel dirigente do MRT e grupo de mulheres Pão e Rosas, avalia que cada a discussão da diversidade sexual nas escolas é fundamental, “principalmente no pais que é recordista em assassinatos de LGBTs, é uma questão que transcende a sexualidade de cada um, e sim o respeito a diversidade, a escola tem que se tornar um espaço acolhedor, que debata as necessidades e os problemas sociais. Os professores não poderão tratar desse tema em suas aulas, deixando assim que o tema da sexualidade siga sendo um tabu para a juventude, o estado deveria dar condições para que os adolescentes pudessem ter condições de decidir, prevenir e se conscientizar sobre sua sexualidade, e acima de tudo trabalhar com o respeito as diferenças.”

Na região do grande ABC, os vereadores da cidade de Santo André fizeram a mesma opção que Mauá, se apoiando em seus currais eleitorais conservadores, evangélicos e católicos, retirando a palavra diversidade do plano de educação. O prefeito de São Caetano do Sul nem se atreveu a mencionar a palavra no projeto apresentado na câmara, já cidades de menor expressão econômica na região como Ribeirão Pires e Rio Grande da serra trocaram a palavra “diversidade”, por “minoria” no texto do PME.

Educação Sexual para decidir

O governo do PT desde o início do seu mandado votou um acordo Brasil-Vaticano que favoreceu as igrejas com isenção de impostos e proibiu que se avançasse em discussão de sexualidade, gênero nas escolas combinado a colocar uma formação religiosa.

Tanto PT como PMDB, PSDB estão até os dentes fechados com a bancada evangélica e com esses conservadores fundamentalistas que cada vez mais querem atacar os direitos dos jovens, mulheres, LGBTs, negros e construir uma educação, limitadora que não nos ensina a questionar e construir nossos corpos e mentes livremente.

O estado que deveria ser laico está totalmente atrelado as igrejas e essa relação fortalece os ataques dos governos contra os setores oprimidos, o estado deve gerir os interesses dos trabalhadores e no caso da Educação deveria zelar para que os jovens e adolescentes possam ter acesso a um conhecimento que os ajudem a ser livres pensadores e a decidirem sobre si mesmos, mas ao contrário cada vez mais o estado administra os interesses da classe dominante se aliando aos setores mais conservadores.

Os setores oprimidos junto aos professores precisam se unir para barrar esse empecilho e garantir que as escolas sejam públicas, laicas e com ensino de qualidade, que gênero e sexualidade sejam parte dos currículos. Para juntos combater esse sistema de opressão e exploração.




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