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PRIVILÉGIOS | Congresso quer salário mínimo de R$1.040 para 2020. Salário dos parlamentares é de R$33.763

Para o ano de 2020 o congresso aprova um aumento de R$42,00 no salário mínimo, que, apesar de compensar a inflação, não é considerado sequer como um aumento real, mostrando que é sobre as costas da classe trabalhadora que os capitalistas e seus representantes querem descarregar a crise.

quinta-feira 10 de outubro de 2019 | Edição do dia

Vivemos uma crise do sistema que já se estende há mais de uma década. A tentativa dos capitalistas para supera-la vem se mostrando insuficiente para o resgate de seus lucros, como mostra algumas previsões econômicas para 2020, na qual se coloca a possibilidade de recessão de crescimento da economia mundial. Sentimos na pele essas tentativas de recuperação econômica, que para os burgueses é insuficiente, para a classe trabalhadora é algo cada vez mais absurdo, pois se baseia em ataques cada vez mais brutais, como: reformas trabalhistas, reformas da previdência, jornadas de trabalhos somente comparadas com o período histórico do início da revolução industrial, cortes na educação e pesquisa, degradações ambientais, e a lista é longa, continua e é aplicada em diversos lugares do planeta.

Dito isso, pensemos em como subsistir – já que neste sistema só é possível (quando se permite) isso – frente a este cenário? Algo base para tal é o salário, que recebemos com base na exploração da nossa força de trabalho. Muito bem, aí se tem mais um ataque (ou vocês acharam que não viria)! Para o ano de 2020, vem sendo discutida a proposta de um aumento não real do salário da classe trabalhadora brasileira, mas, somente uma compensação da inflação. Assim, o valor do salário mínimo no Brasil passaria de R$ 998,00, valor referente ao ano de 2019 para R$ 1040,00. Pelo menos é esta a proposta colocada no texto base da lei de diretrizes orçamentárias (LDO) que foi aprovada ontem no congresso nacional, mas que ainda necessita de análises de sugestões de alteração, como colocado pelo Estadão.

Esse valor é muito (muito mesmo) abaixo do que é colocado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). O departamento calculou que, para março de 2019, o valor do salário mínimo necessário para sustentar uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 4.277,04, o que corresponde a 4,29 vezes mais do que o valor já citado. E mesmo assim, partido de direita vem, por demagogia, colocando polêmicas sobre o valor proposto e usam disso para votar pelo NÃO aumento do salário mínimo (é isso mesmo que você leu)!

Esse ponto do texto ainda não foi votado pela comissão mista de orçamento (CMO) mas já é alvo de posicionamentos reacionários de partidos conservadores brasileiros como o partido Novo. O próprio relator da LDO, Cacá Leão (PP – BA), em seu discurso coloca de forma dúbia que aguarda o envio de uma nova política para o salário mínimo por parte do governo federal.

Ou seja, o ataque ao aumento do salário mínimo da classe trabalhadora brasileira é mais uma forma de deixar claro que o estado nada mais é do que um balcão de negócios e que estes marionetes dos imperialistas farão de tudo para aumentar ainda mais a subordinação de países atrasados e dependentes (como é o Brasil) a política neoliberal, fazendo com que seja a partir do nosso sangue e suor que a crise capitalista seja resolvida! Fica cada vez mais urgente a necessidade de mudar o jogo e não os jogadores.

A classe trabalhadora brasileira precisa ultrapassar os freios que impõem suas direções – CUT, CTB, UGT, Força Sindical e outros centrais sindicais – e se ligar com a juventude, que se mostrou como linha de frente contra os ataques a educação nos dias 15 e 30 M, mostrando que é a única classe capaz de impor derrotas aos governos de direita. É necessário seguir os exemplos de luta, como o que estamos presenciando no Equador, no qual a classe trabalhadora, juntamente com a juventude e os povos originários, está a dias na rua para lutar conta política de subordinação ao FMI. Precisamos de uma esquerda realmente combativa, que encabeça a luta contra as opressões e, também contra estes e outros ataques, como é o caso da Frente de Esquerda e dos Trabalhadores - Unidade (FIT-U) na Argentina que se mostra como única alternativa política socialista e dos trabalhadores que enfrentará as políticas de ajustes de direita contra a classe trabalhadora, mas, também contra as políticas de conciliação da Frente de todos, de Alberto Férnandez.




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