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XVII CONGRESSO DO PTS | Congresso do PTS-FIT debateu sobre a situação internacional

Com uma sessão de debate sobre a situação internacional, começou na quinta-feira 18 o XVII Congresso Nacional do PTS que terminará no domingo, 21 de abril.

domingo 21 de abril de 2019 | Edição do dia

Na quinta-feira à tarde, o XVII Congresso Nacional do PTS se iniciou, com a presença de delegados votados em toda a Argentina, assim como algumas delegações de grupos que compõem a Fração Trotskista (FT), organização internacional a qual pertence o PTS. O Congresso está sendo transmitido na Internet para todos os militantes do PTS e do FT e terminará no domingo, 21 de abril.

O primeiro dia foi marcado pelo debate sobre a necessária preparação dos revolucionários para as tarefas do próximo período, considerando os elementos de classe que começam a ser vistos em diferentes lugares como França, Argélia e Sudão; assim como os fenômenos políticos entre a juventude, como nos Estados Unidos e com o movimento das mulheres. Para isso, os grupos que compõem a Fração Trotskista, além da intervenção ativa em muitos desses fenômenos, contam com a Rede Internacional Esquerda Diário, presente em 11 países e 7 idiomas, com milhões de acessos mensais em todo o mundo.

A sessão de quinta começou com o relatório sobre a situação internacional apresentado por Claudia Cinatti, que revisou e ampliou as principais definições de documentos apresentados no período pré-congresso. Em termos gerais, a definição de que a crise internacional de 2008 abriu tendências à crise orgânica nos principais países centrais e periféricos mostrou-se basicamente correta e continua válida.

No ano passado, a situação internacional foi contaminada pela guerra comercial dos EUA com a China, que, juntamente com outras questões, como a política de aumento da taxa de juros do Fed, agora pausada, a reformulação do NAFTA, etc. Na economia global como um todo, de acordo com a maioria das previsões, terá pelo menos um ano de desempenho medíocre.

Na América Latina, principalmente no Cone Sul, há uma giro a direita, ainda que de governos não assentados, como evidenciado pelas divisões internas do governo Bolsonaro no Brasil e pela crise na qual a Macri enfrenta na Argentina. Este é o contexto da tentativa de golpe na Venezuela, diretamente de Washington, que atualmente está num impasse. A luta contra qualquer tentativa intervencionista ou golpista pelos Estados Unidos é uma batalha anti-imperialista de primeira ordem para o PTS e a FT.

O que é novo na situação internacional é a irrupção da luta de classes, especialmente com os Coletes Amarelos na França ,que coloca a rebelião no centro de uma das principais potências imperialistas, para que este possa ser o início de uma grande virada na situação internacional como um todo, fazendo da Europa também um dos centros de atividade do FT. Além disso, o enorme processo de greve das maquiladoras no norte do México, e as recentes manifestações na Argélia e no Sudão – que colocam seus respectivos governos em cheque – devem ser acrescentadas.

Em seguida, a discussão foi aberta, onde vários delegados participaram; entre eles os representantes de outros grupos da Fração Trotskista que transmitiram as principais discussões sobre a situação dos seus países, como Fabian Puelma do PTR do Chile, onde recentemente se realizou um ato com de 500 pessoas e Andrea D’Atri, que vem de uma turnê pela Europa na qual apresentou seu livro Pão e Rosas, reunindo cerca de 2000 pessoas em debates sobre a atual situação do movimento de mulheres, o desafio de se construir um movimento feminista anticapitalista, antiracista e de classe. Andrea apresentou também a experiencia da Corrente Comunista Revolucionária (CCR) no NPA, organização irmã do PTS na França que publica o jornal digital Revolução Permanente; que através de suas posições conquistadas durante o conflito dos trabalhadores da limpeza das estradas de ferro em Paris, alcançou uma confluência de setores organizados do movimento operário com as mobilizações dos Coletes Amarelos contra as intenções das direções sindicais traidoras, mostrando em pequena escala o potencial de uma política revolucionária.

A CCR, juntamente com as organizações da Fração Trotskista na Europa, a CRT do Estado espanhol e o Grupo do RIO da Alemanha, irá realizar nos próximos meses uma escola de verão com centenas de jovens para continuar a reflexão e expandi-la para os desafios que existem para construir partidos revolucionários em seus países.

O Congresso também debateu a situação interna dos Estados Unidos, principalmente sobre a crescente rejeição do capitalismo e a visão generalizada entre os jovens de que a saída é o "socialismo", entendido de maneira reformista. Este processo é expresso pelo enorme apoio que Bernie Sanders recebe e pelo crescimento meteórico dos Democratas Socialistas da América (DSA), que parece estar criando um novo senso comum contrário ao do sucesso individual incorporado no American Dream; e, em menor grau, por processos incipientes de luta de classes, como a chamada Primavera Docente. Neste contexto, o grupo Left Voice, parte da Fração Trotskista, acaba de lançar uma nova edição da revista impressa, em um evento com cerca de 70 pessoas, sendo um dos únicos que, contra a estratégia neo-reformista da DSA, levanta a construção de uma alternativa de independência de classe que permita lutar para acabar com o capitalismo.

Entre as resoluções deste primeiro ponto do debate internacional estão a de manter a campanha contra a ameaça de um golpe imperialista na Venezuela, na medida em que haja novas ofensivas golpistas. Também foi decidido dar a maior colaboração para o fortalecimento do Left Voice nos Estados Unidos, e para o seu portal digital se tornar uma referência das principais batalhas do FT para todo o público de língua inglesa. Neste contexto, também foi votado para divulgar amplamente as principais posições ganhas, as batalhas teórico-políticas e a construção dos grupos que compõem a Fração Trotskista em todo o mundo.




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