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REFORMA DA PREVIDÊNCIA | Congresso analisa hoje se constituição permite acabar com a aposentadoria

A sessão está prevista para ocorrer as 14h de hoje para discutir a proposta da reforma da previdência nos termos de sua “constitucionalidade”. Apesar disso os partidos do “centrão” fisiológico do regime liderados pelo DEM pressionam o governo a “aumentar sua articulação” com o congresso para aprovação do projeto.

segunda-feira 15 de abril de 2019 | Edição do dia

As disputas recentes e cada vez mais agudas dentro dos fatores reais de poder no regime estão a cada dia mais alinhadas em dar andamento na aprovação da reforma da previdência, centro de gravidade da política dos ataques iniciados com o golpe institucional de 2016 e que tem no processo das eleições de 2018 seu aprofundamento com a prisão arbitrária de Lula e a manipulação das eleições colocando a extrema direita de Bolsonaro que prometia uma linha mais dura para aplicação da reforma, que não passou no governo Temer por conta da pressão dos trabalhadores na paralisação nacional de 28 de Abril.

O presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR) segue a linha do executivo e coloca a reforma da previdência como primeiro item da pauta por considera-lo prioritário pros interesses mais ligados a Bolsonaro. Os conflitos internos entre Maia e o atual presidente, onde Maia saiu na frente “dobrando” o governo a recorrer os métodos da velha política das negociatas para conquistar os votos para aprovação do projeto, abriram fissuras e agora se dá uma ofensiva maior aos setores do presidencialismo de coalizão típico do regime de 88 contra o projeto de utilizar os métodos da Lava-Jato para impor na coerção dos parlamentares o seguimento dos ataques (Representados por Moro dentro do governo Bolsonaro). DEM com sua ameaça de requerimento de inversão de pauta para o orçamento impositivo tenta enfraquecer o executivo e garantir uma parcela ainda maior do orçamento federal.

Enquanto isso aumenta a desconfiança do mercado e dos grandes capitalistas com a capacidade do governo Bolsonaro de articular a reforma com o congresso, expresso nas quedas dos índices das bolsas, demonstrando que nesses 100 primeiros dias de governo Bolsonaro enfrenta maiores dificuldades do que o esperado.

Mas o importante a se considerar é como a reforma da previdência representa o centro de gravidade da política nacional e com diversos setores disputando seus projetos de poder a partir dessa ataque brutal uma coisa é consenso: Essa reforma tem que passar para garantir o lucro dos capitalistas, a submissão ainda maior ao imperialismo e descarregar a crise na exploração ainda maior dos trabalhadores e dos setores oprimidos da sociedade.

Frente a decisão dos fatores reais de poder de dar maior andamento na tramitação da reforma, ainda que com suas contradições internas cada vez mais nítidas, a estratégia do PT segue sendo de fomentar a paralisia e a passividade entre os trabalhadores para parecerem mais inofensivos aos partidos da ordem nessa “frente ampla democrática” que agrupa setores golpistas e até mesmo defensores da reforma da previdência.

Essa política petista de conciliação de classes abriu espaço para o fortalecimento da direita que culminou no golpe institucional de 2016 e se aprofundou nas eleições do ano passado. Através de sua burocracia sindical na CUT e da política de partidos satélites como o PCdoB que dirige outra importante central sindical, a CTB, o PT impede qualquer avanço na auto organização dos trabalhadores para derrotar a reforma. Sem assembleias em cada local de trabalho, sem a organização de encontros estaduais de delegados eleitos pela base das categorias para a elaboração de um plano de lutas a nível nacional nossos direitos seguirão sendo rifados.

A organização de um frente unificada dos trabalhadores, com total independência de classe e um programa radical de ruptura com o capitalismo que poderemos enfrentar os diferentes projetos que tem como horizonte estratégico a derrota dos trabalhadores pelo capital. A começar pela ruptura com o pagamento da dívida pública que desde a ditadura militar vem sendo paga religiosamente por todos os governos e drenando nossos recursos para o imperialismo a troco de mais sofrimento e exploração, a reforma da previdência vem para garantir os interesses dessa pequena parcela contra as condições de vida das massas exploradas, longe de salvar a economia do país agravará ainda mais a crise e o caos social gerado a partir dela.




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