domingo 28 de maio de 2017 | Edição do dia
A Confederação Nacional da Agricultora e Pecuária, poderoso sindicato patronal dos latifundiários divulgou nota na última sexta-feira cobrando a rápida continuidade da agenda de reformas. A nota, ao enfatizar seu apoio ao impeachment para promover essa agenda cobra a rápida solução dessa crise para garantir as reformas. Um pronunciamento evasivo mas que só pode ser interpretado como um apoio tímido,um "desembarque lento" do apoio a Temer.
Os latifundiários ciosos de sua origem histórica, herdeiros do lucro com o trabalho escravo querem que trabalhemos até morrer e que a crise seja resolvida com presteza para garantir esses interesses.
A nota não diz claramente que apoia a saída de Temer, pronunciando-se somente de forma indireta ao afirmar: "qualquer resultado que retarde ou venha a inviabilizar a conclusão das reformas é contrário ao interesse dos produtores rurais e, principalmente, ao interesse coletivo de toda a Nação brasileira."
A CNA foi presidida por Kátia Abreu e depois por Blairo Maggi, atual ministro da Agricultura é atualmente presidida por João Martins da Silva Junior. O pronunciamento dos latifundiários, mostra o debilitamentoser de Temer mas ao mesmo tempo como ainda não há solução clara para implementar essa agenda defendida por esta e outras entidades patronais.
Leia abaixo o comunicado dos latifundiários:
O Brasil está, a duras penas, emergindo da mais grave recessão de sua história, que produziu uma multidão de desempregados, o encolhimento das atividades produtivas e o empobrecimento de boa parte de sua população.
Para evitar a ruína da economia e a desorganização de nossa sociedade, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA, em nome dos produtores rurais de todo o País e encorajada por eles, apoiou clara e firmemente uma mudança nos rumos do nosso País, com a esperança de dar ao Brasil a chance de reerguer-se e reconciliar-se com o crescimento e a estabilidade.
Em tempo breve e produtivo, o Governo e o Congresso Nacional estão debatendo e aprovando mudanças importantes para o funcionamento do Estado e da economia. Em consequência disto, a maioria dos indicadores econômicos e sociais já apontam para uma consistente recuperação, capaz de devolver confiança aos investidores e esperança à população brasileira. A consolidação do ciclo reformista está ao alcance de nossas vistas, o que ocorrerá com a aprovação das reformas trabalhista e previdenciária pelo Congresso Nacional.
Acontecimentos inesperados, que não nos cabe julgar, podem colocar em risco a conclusão virtuosa destas reformas. A interrupção da volta à normalidade representa um grave risco à retomada do crescimento. Este é um destino que não podemos e não vamos aceitar.
Com a responsabilidade de quem lutou pela transição política, apoiamos a manutenção da agenda de reformas, na certeza de que este é o único caminho para o equilíbrio fiscal, a estabilidade das instituições e a recondução ao crescimento sustentável e duradouro.
Confiantes nas instituições para a manutenção do Estado de Direito, queremos deixar claro que, em nossa visão, qualquer resultado que retarde ou venha a inviabilizar a conclusão das reformas é contrário ao interesse dos produtores rurais e, principalmente, ao interesse coletivo de toda a Nação brasileira.
Brasília, 26 de maio de 2017.
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