Metrô-SP sinaliza que no próximo período metroviários devem ter “compreensão e colaboração” para “superação do cenário” de crise no “equilíbrio financeiro” da companhia.
sexta-feira 22 de janeiro de 2016 | 00:28
O Metrô de São Paulo mandou dois comunicados por e-mail aos seus funcionários na última quinta-feira (21/01), sinalizando que no próximo período os trabalhadores devem ter “compreensão e colaboração” para “superação do cenário” de crise no “equilíbrio financeiro” da companhia.
Um dos comunicados argumenta que a crise econômica no Brasil atinge a empresa e que o “cenário de retração econômica acarreta diminuição da arrecadação”. Alegando que os funcionários da companhia recebem “um amplo pacote de benefícios”, “mais vantajosos do que exige a legislação”, o Metrô deixa nas entrelinhas um possível corte nos referidos benefícios. Em um segundo comunicado, o Metrô diretamente estabelece “medidas contingenciais” como “redução das horas-extras, reprogramação de férias e o saldo de horas débito e crédito”.
Nesse momento acontece no Estado de São Paulo uma mobilização protagonizada pela juventude, mais uma vez contra o aumento das já abusivas tarifas do transporte público. Não é de se estranhar que nesse momento a Companhia do Metropolitano, mandatada pelo governo do Estado, que busca a todo momento jogar metroviários e população uns contra os outros, questione a “arrecadação da companhia”. Chegam até mesmo, no dito comunicado, a dizer que o recente aumento das tarifas não foi suficiente para reverter o quadro financeiro da companhia.
Essa mesma companhia passou por diversos escândalos de corrupção recentemente, envolvendo políticos e empresas terceirizadas e concessionárias. O que eles não dizem é que quem gerou o “desequilíbrio financeiro” na empresa foram eles mesmos, e agora tentam jogar a conta dessa crise mais uma vez nas costas dos trabalhadores e juventude, sejam os usuários através do aumento de tarifa, sejam os trabalhadores metroviários através do corte de direitos e benefícios. Buscam, ao mesmo tempo, dividir trabalhadores metroviários e população, como se algum dos dois setores fosse se beneficiar com a desgraça do outro. Mas nesse sistema, apenas os governos dos patrões e as empresas se beneficiam.
Frente a esse comunicado, é importante que os trabalhadores metroviários se preparem desde já para uma dura campanha salarial, pois muito provavelmente a desculpa da “crise financeira” (construída pelos próprios gestores da empresa) será utilizada para retirar direitos, benefícios e talvez até para uma proposta de arrocho salarial na data-base que se avizinha. O Esquerda Diário estará atento às ameaças da empresa e acompanhará a resistência dos trabalhadores, bem como apoiará as iniciativas de unificação na luta contra o aumento das tarifas.
Veja abaixo os comunicados emitidos para os metroviários:
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