terça-feira 27 de outubro de 2015 | 00:04
O Secretário da Educação Herman Voorwald anunciou hoje que pretende fechar 94 escolas estaduais. Em outras escolas, serão fechadas 1.197 salas de aula.
Essa drástica decisão irá ocasionar a demissão dos professores da categoria O e imensa dificuldade em se atribuir aulas para os da categoria F. Mesmo os professores efetivos encontrarão obstáculos na atribuição de aulas. A medida irá gerar, ainda, a redução da qualidade do ensino e o aumento de doenças ocupacionais do magistério, devido à inevitável superlotação de salas de aulas. Muitos funcionários administrativos das escolas estaduais também podem ser demitidos.
Isso tudo, sem falar no evidente transtorno para pais de alunos – e para os próprios alunos – menores de idade, que terão que se deslocar até outros bairros para ter acesso à educação pública.
Pior ainda pode ser para os alunos do período noturno, que já vêm, há muito, sendo prejudicados pelo governo tucano. No turno da noite, que abrange exclusivamente o Ensino Médio e a EJA – Educação de Jovens e Adultos,- o deslocamento forçado para outros bairros terá consequências dramáticas, uma vez que muitos dos alunos acordam de madrugada para ir trabalhar e, depois, estudam até as 23h. Para eles, a limitação imposta por ter de estudar longe de suas residências pode ser fator decisivo para a evasão escolar.
O Secretário Herman utiliza o fato de, supostamente, ter ocorrido redução do número de matriculas para legitimar esses fechamentos. No entanto, é sabido que o número de salas de aula já foi reduzido no começo do ano e que as classes estão superlotadas e muitos alunos evadem justamente por não terem condições dignas de estudar. O governo tucano quer dar açúcar a diabéticos!
É preciso reivindicar, imediatamente, o limite de 25 alunos por sala de aula e a redução da jornada de trabalho dos professores como formas de defender a qualidade da educação e os empregos.
Essa lógica é bem distinta daquela que utiliza o governo, que parece ter por slogan: "Todos juntos contra a educação"...
É importante lembrar: o que Alckmin e Herman fazem no estado de São Paulo não é diferente do que Dilma e Mercadante fazem no plano federal. Nesta nossa "Pátria Educadora", o Ministério da Educação foi o que mais perdeu recursos. Os trabalhadores das universidades federais protagonizaram mais de cem dias de greve sem terem sido atendidos em nenhuma demanda. Existe hoje uma aliança em nosso país entre o PT, o PSDB, a CUT e a CTB e o nosso sindicato, a APEOESP. Essa aliança retira recursos da educação para pagar juros aos banqueiros.
DIA 29: TOMAR AS RUAS E PASSAR POR CIMA DA BUROCRACIA DA APEOESP!
O próximo dia 29 de outubro, quinta-feira, será um dia estadual de luta pela educação sob o nome GRITO DA EDUCAÇÃO. Convocamos todos a paralisar suas escolas e organizar a comunidade para, juntos, darmos uma demonstração de força.
Ao mesmo tempo em que fazemos esse chamado, alertamos nossos leitores: não se deixem enganar pela política da direção majoritária da APEOESP, que quer se aproveitar desse dia para atacar apenas o governo estadual do PSDB e glorificar o governo federal do PT.
É preciso que nós nos organizemos e passemos por cima da burocracia, que só tem trazido derrotas a nós, professores!
