Temos visto nos últimos dias um agravamento da pandemia no Brasil, nas últimas 24 horas chegamos a quase 4 mil mortes, já ultrapassamos os 320 mil mortos e isso sem contar a subnotificação. Esses números escandalosos são de responsabilidade dos governos federais e estaduais e suas políticas assassinas em nome dos lucros capitalistas.
quinta-feira 1º de abril de 2021 | Edição do dia
- Imagem - Agência de notícias CNI
A falência do capitalismo se escancara a cada dia mais, se expressa na fome, na miséria, no desemprego, nas mortes. Não à toa a população pobre e negra é a mais afetada pela pandemia, a que mais sofre é a que mais morre. A letalidade do vírus está ligada às questões sanitárias (36 milhões de brasileiros não têm acesso ao saneamento básico), ao desemprego, ao trabalho precário, ao aumento do preço dos alimentos e tudo isso ligado a sede de lucro capitalista, e da lógica desse sistema que valoriza o acúmulo de capital; mas,para um ter mais, outros tem que ter menos.
Diante do colapso na saúde, prorrogações de feriados, e toques de recolher se apresentam como a saída “racional” dos governos estaduais e são rechaçadas pelo reacionário Bolsonaro. Muitos setores seguem trabalhando e o transporte segue lotado, dentro das indústrias a produção contínua, reconhecidas como setores essenciais por esses governos. E a vacina que não passa de mais uma medida pedagógica não chega nem aos profissionais da saúde direito. Isso é uma política racional?
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A saída dos governos, são demagógicas, visam manter os privilégios de uma classe, o lucro dos empresários e seus milionários salários, enquanto a classe trabalhadora paga diariamente por isso, no chão de seus locais de trabalho, lidando com o rebaixamento dos salários (aprovados pelo governo como medida emergencial para salvar os empresários), com o aumento do custo de vida, e as nenhumas condições sanitárias, nos transportes lotados, nos locais de trabalho e muitas vezes nas próprias casas.
A saída dos sindicatos é de adaptação ao regime do golpe, se encontram em sua eterna quarentena, propondo ações midiáticas que não organizam os trabalhadores de fato, é dever da esquerda junto ao trabalhadores lutar contra essa burocracia dos sindicatos, pensando na construção de um polo de independência de classe e fortalecendo os métodos da luta de classes.
A saída precisa ser dos trabalhadores e para os trabalhadores. Os métodos da luta de classes e da auto organização. Por isso nesse momento se faz emergencial que essa auto organização leve a construção de comitês de higiene e saúde em cada local de trabalho. Que controle os casos nesses locais, independente de supervisores e patrões. Que tenha autonomia para exigir e garantir condições sanitárias e EPIs. Que organize esses locais de acordo com as necessidades e realidades deles, pois são os trabalhadores que podem dizer como melhor funciona seu próprio local de trabalho.
Diante desse plano a exigência da reconversão da indústria, que produza insumos e aparelhos para tratar os doentes e pare de produzir mercadorias de consumo que não ajudam no cenário que vivemos e só servem para encher o bolso dos patrões.
Apenas através da auto organização dos trabalhadores é possível dar uma saída racional à crise. Os comitês nos locais de trabalho irão organizar o dia a dia do trabalho, de acordo com cada setor e suas necessidades, garantir o afastamento dos trabalhadores do grupo de risco, garantir a plena recuperação dos doentes. Um pensamento do conjunto dos trabalhadores para que as decisões pautem a melhoria da vida e não o acúmulo dos patrões. Comitês com poder deliberativo nas fábricas, empresas e demais locais de trabalho.
Para que os capitalistas paguem pela crise!
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