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ELEIÇÕES RIO DE JANEIRO | Começou o horário eleitoral Crivella X Freixo: peças movendo-se no xadrez ainda longe de qualquer xeque

O que os programas eleitorais mostraram? O que revelam das táticas discursivas e de possíveis embates nesse segundo turno?

segunda-feira 10 de outubro de 2016 | Edição do dia

Hoje recomeçou o horário eleitoral no Rio de Janeiro. Será exibido duas vezes ao dia em dois blocos de 20 minutos, com dez minutos para cada candidato. Semana passada Marcelo Freixo do PSOL havia pedido para diminuir para 5 minutos para cada, mas não houve acordo com o TRE nem com Crivella.

Este segundo turno que opõe Marcelo Freixo do PSOL com Crivella da Igreja Universal (que domina não só a Rede Record como o PRB) gerou expectativas de um embate mais profundo e aberto entre os candidatos. Essa expectativa de parte da militância carioca que deposita suas esperanças em Freixo como forma de combater a direita e o PMDB já não se realizou no primeiro debate, onde o candidato do PSOL foi muito respeitoso com o bispo, como analisamos nesta matéria.

O programa eleitoral de hoje é uma continuidade do debate mas já deixa marcadas algumas peças no tabuleiro para próximos capítulos “mais quentes” no embate, isso é claro caso Freixo e o PSOL adotem essa postura esperada por parte da militância e todos analistas políticos que estão perplexos como um segundo colocado pode fazer papel de bom moço e não de “atacante”, ainda mais contra um candidato com tantos podres e defensor de posições reacionárias como Crivella, que traz em sua agenda, entre outras coisas o “Escola sem Partido”.

Crivella, liderando as pesquisas não tem interesse algum em embates e por isso até mesmo desistiu de participar do debate no SBT, o desgaste de fugir de debates, aparentemente, é menor do que o risco de perder um segundo esse cálculo. Seu programa de TV tentou abordar propositivamente um dos pontos débeis de sua campanha, a participação dos jovens, tentando tirar a mácula de ser um candidato conservador. Com um grande elenco de jovens negros, explorou boa parte dos seus dez minutos para mostrar esse avesso do que é seu perfil votante até o momento.

Já os dez minutos de Freixo foram subdivididos em diversos blocos, abordando fortalezas, debilidades de sua campanha e deixando uma peça no tabuleiro para embates. O programa começou com Freixo indo votar esperançoso, depois diversas tomadas para mostrar a militância junto a Freixo, seu discurso de vitória na Lapa, como também uma tentativa de abordar um ponto fraco de sua candidatura: a visão de que seria uma candidatura da Zona Sul e da classe média ilustrada. Para abordar essa fraqueza, diferente de Crivella que tomou todo o programa para cobrir seu flanco jovem, Freixo só tomou alguns minutos mostrando sua trajetória de vida, nascimento na Zona Norte, começo a trabalhar cedo. No final, dedicou uma parcela de seu tempo para mostrar professores universitários que o assessoram no projeto de governo.

Essa posição técnica-acadêmica serve para um possível embate para mostrar o loteamento de cargos num futuro governo Crivella, entre Garotinho, Bethelem, Índio da Costa, entre outros. Esse “partir para cima” ainda não aconteceu no programa dessa manhã. Veremos as táticas de discurso e os programas se desenvolverem nos próximos dias.

Seguirão ambos buscando os eleitores ao “centro” entre ambos? Crivella opondo-se a repressão policial como fez na Band e hoje em relação a Guarda Municipal contra os camelôs e Freixo como um candidato progressista responsável, sem “violência” contra um defensor do Escola sem Partido?




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