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Com votos do PT e da direita, aliado de João Doria é eleito presidente da Câmara em SP

O vereador Milton Leite, do DEM, foi reeleito presidente da Câmara Municipal da cidade de São Paulo nesta sexta-feira (15), com os votos de 47 dos 50 vereadores presentes. 5 vereadores estiveram ausentes no momento da votação.

Francisco MarquesProfessor da rede estadual de Minas Gerais

segunda-feira 18 de dezembro de 2017 | Edição do dia

Foto: Marcelo Ximenez/CMSP

Milton Leite é parte da base aliada do governo de João Doria (PSDB), tendo ajudado a aprovar a maioria dos projetos propostos pelo prefeito tucano, a privatização de parques, mercados e do Bilhete Único, a venda do complexo Anhembi, autorização para que uniformes escolares tenham publicidade e o recente aumento do IPTU.

Milton Leite fez campanha para João Doria em 2016 e em maio deste ano chegou a assumir a prefeitura durante 5 dias, quando tanto o prefeito como o vice Bruno Covas estavam viajando. Nos dias em que exerceu o cargo de prefeito, Milton Leite se vestiu de gari e acompanhou ações do programa Cidade Linda, imitando as iniciativas do próprio João Doria.

Além disso ele é conhecido pela truculência com que trata jovens e trabalhadores que se manifestam na Câmara, como na última terça-feira (12) quando chamou a Guarda Municipal para reprimir quem se manifestava contra o projeto de lei Escola Sem Partido, que estava sendo discutido no plenário.

Além de Milton Leite, se candidataram à presidência da Câmara Toninho Vespoli, do PSOL, e Janaína Lima, do Partido Novo. Toninho recebeu dois votos e Janaína, um.

A posição do PT

Ao contrário do discurso de denúncia a João Doria e de combate à direita que o PT faz, a bancada petista mostrou mais uma vez que há também uma grande distância entre o que falam e prometem durante a campanha e o que de fato fazem. Na disputa por cargos e por melhor posicionamento no legislativo da capital prevaleceu o pragmatismo, com o apoio pela segunda eleição consecutiva ao reacionário e direitista Milton Leite.

Assim como os discursos de Lula e Dilma chamam nacionalmente a “perdoar os golpistas” rumo a 2018, a prática cotidiana do PT nos espaços que ocupa nos parlamentos e na direção de estados e cidades no executivo, é de conciliar com a direita e sustentar este regime político degradado e odiado, que organiza a exploração e a opressão da maioria da população, em tempos de retiradas de direitos (como as reformas da Previdência e Trabalhista) e de piora nas condições de vida.

Ao contrário da pratica petista, em SP e em todo o país, é preciso organizar uma força anticapitalista que não repita a tragédia petista. Para enfrentar de fato a direita precisa ser com a força dor trabalhadores com a greve geral e os métodos de luta da classe trabalhadora, contra todas as reformas que destroem nosso futuro. É preciso também, frente a 2018, construir no parlamento uma esquerda anticapitalista que esteja a serviço das lutas, com um programa anticapitalista para superar pela esquerda a tragédia de traições do PT.

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