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PANDEMIA | Com quase 30 fábricas de vacina para gado e só 2 para humanos, Brasil agoniza na UTI

No Brasil, tem quase 30 fábricas de vacinas para animais e só 1 para humanos. Em meio a pandemia, com 250 mil mortes, o país fica dependente de outros países para produzir imunizantes, um problema que se aprofunda com um presidente que nega diariamente a ciência e ataca as pesquisas científicas, tudo para fazer do Brasil um fazendão para o Imperialismo.

quinta-feira 25 de fevereiro de 2021 | Edição do dia

Com mais de 250 mil mortos pela covid-19, a população brasileira ainda não sabe quando vai ver a vacina. Hoje só dois laboratórios tem a capacidade de produzir vacinas, o Instituto Butantã e Bio-Manguinhos, da Fiocruz. Só duas, em comparação a década de 80 que possuia 5 institutos, e ainda atualmente são refém do mercado internacional de insumos para grande maioria das vacinas.

Estes dois institutos produzem 17 vacinas, porém só 4 delas são totalmente produzidas em território brasileiro, pois a grande maioria depende do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA). Essa precarização do laboratório farmacêutico e da pesquisa de conjunto para o ser humano, possui um contraste gigantesco comparado aos investimentos a imunização e pesquisa da saúde animal, principalmente gado.

Das vacinas que são utilizadas no SUS (Sistema único de Saúde) a grande maioria são importadas, enquanto, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), mais de 90% das vacinas para gado são fabricadas no Brasil, a partir de 30 fábricas, a maioria situada no sul do país. O setor farmacêutico veterinário fatura R$ 6,5 bilhões e ainda é liderança mundial.

Esse processo ocorreu sobretudo com a ofensiva neoliberal dos anos de 1990, que significou privatizações, ataques profundos à classe trabalhadora e um fortalecimento do agronegócio que veio se fortalecendo nos anos subsequentes, como dos governos do PT e servindo de base para o que foi o golpe institucional no Brasil que levou a vitória eleitoral de Bolsonaro, um verdadeiro gado do Imperialismo.

Os gastos com o agronegócio não tem limites, o vice-presidente de Agronegócios e Governo do Banco do Brasil (BB), João Rabelo lembrou que o BB concedeu R$ 8 bilhões em custeio antecipado para a safra 2020/21, ofertados há um ano, e que, para a próxima safra, 2021/22, serão R$ 16 bilhões.

Ou seja, a prioridade do Estado e dos capitalistas é de longe seus próprios lucros, transformando o país num verdadeiro fazendão, enquanto a população enfrenta uma pandemia sem garantia de testes massivos, sem oxigênio, tal como Manaus, ou sem condições básicas, como emprego, moradia e energia. A irracionalidade de um sistema que prefere ver a morte da população a diminuir seus lucros.




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