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ESTADOS UNIDOS | Com quase 100% de leitos de UTI ocupados, Los Angeles escolhe quem vive e quem morre

Com quase 0% de leitos disponíveis na cidade de Los Angeles, a prefeitura culpa a população pela pandemia para livrar o poder público da responsabilidade de deixar à morte os pacientes mais graves.

quarta-feira 6 de janeiro de 2021 | Edição do dia

Foto: Getty Images

A Agência de Serviços Médicos de Emergência (EMS, na sigla em inglês) de Los Angeles, orientou o serviço de ambulâncias da cidade para que encaminhem para os hospitais somente os pacientes que têm mais chances de sobreviver. Os pacientes com quadros mais graves serão atendidos no local do atendimento e caso não recobrem o pulso ou a respiração em 20 minutos deixarão de ser atendidos.

O motivo, de acordo com a agência, seria a superlotação dos leitos de UTI da cidade que chegou a perto de 100% da capacidade, mas também a falta de suprimento de tanques de oxigênio cuja saída foi baixar a saturação do oxigênio para 90% para todos os pacientes atendidos. Na segunda-feira (04) a cidade tinha somente 17 leitos de UTI adulta disponíveis.

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De acordo com a diretora do serviços de saúde de Los Angeles,doutora Christina Ghaly, a alta de casos é consequência das festividades do dia de ação de graças no começo de dezembro e alega também que as festividades de natal e ano novo podem gerar mais casos nos próximos meses.

Mas essa justificativa busca jogar a responsabilidade da pandemia nas costas da população e encobrir o verdadeiro responsável que é o poder público e a condução desastrosa da pandemia por parte dos governos locais e federal. O prefeito de Los Angeles, o Democrata Eric garcetti, é do partido de Biden, vencedor das eleições presidenciais estadunidenses e avesso a um sistema de saúde público e gratuito.

Na dita “maior democracia do mundo”, o serviço de saúde está nas mãos da iniciativa privada, grandes capitalistas que decidem entre a vida e a morte daqueles que não podem pagar os altíssimos custos de um plano de saúde colocando seus lucros acima da vida da população.

A ausência de insumos para respiradores assim como leitos de UTI demonstram o fato de que o capitalismo, mesmo o mais rico do mundo, ao dar liberdade total aos grandes magnatas da saúde, demonstra sua total incapacidade e falta de interesse em combater de maneira científica a pandemia.

É preciso estatizar todo o sistema de saúde nos EUA e a classe trabalhadora organizada tomar em suas mãos o controle dos hospitais, dispositivos de saúde e as fábricas para que revertam seu funcionamento em prol de atender a população pobre e redirecionar a produção fabril para a produzir emergencialmente todos insumos necessários para o combate à pandemia.

Com informações do portal UOL e Los Angeles Times

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