Navio encalhado no litoral maranhense possui carga de 294,8 mil toneladas de minério de ferro nos tanques, além de 3,5 mil toneladas de óleo residual e 140 toneladas de óleo destilado, usados como combustível. Imagens do Ibama flagraram vazamentos ao redor d aembarcação.
sexta-feira 28 de fevereiro de 2020 | Edição do dia
A mineradora Vale informou nesta quinta-feira, 27, que tem 294,8 mil toneladas de minério de ferro nos tanques do navio MV Stellar Banner, que está afundando no mar, em área a 100 quilômetros do litoral maranhense. A Marinha avalia se há algum modo de evitar o naufrágio e desencalhar a embarcação, que adernou após duas avarias no casco. Imagens obtidas pelo jornal O Estado de S. Paulo feitas pela Marinha já mostram manchas de óleo ao redor do navio, apesar de as autoridades terem negado vazamentos.
Segundo o Ibama, o óleo saiu do porão da embarcação e está em um raio de aproximadamente 830 metros do navio. (FOTO IBAMA)
A embarcação é de propriedade e operada pela empresa sul-coreana Polaris. As 294,8 mil toneladas equivalem a quase 100% da capacidade de transporte da embarcação, que pode carregar até 300 mil toneladas.
Além do volume de minério, a embarcação carrega mais 3,5 mil toneladas de óleo residual e 140 toneladas de óleo destilado, que são usados como combustível do navio. As informações sobre a carga só foram fornecidas pela Vale após dois dias de questionamentos pelo Estado.
O MV Stella Banner saiu do porto de Itaqui (MA) em 24 de fevereiro com destino a Qingdao, província de Shandong (China). O navio, que tem 55 metros de largura e 340 de comprimento, o equivale à área de mais de três campos de futebol, encalhou a 100 quilômetros da costa maranhense. O acidente ocorreu na noite de segunda-feira, já fora do canal de acesso ao porto. Para evitar o naufrágio, o comandante do navio adotou uma manobra de encalhe.
Mais uma vez, a sede desenfreada de lucro da Vale, que já conta em seu nefasto histórico com as tragédia ambientais de Mariana e Brumadinho, podem acarretar em grave prejuízo ecológico.
A impunidade concedida a Vale em ambos os casos, sob a conivência do judiciário brasileiro e dos governantes, permite que a empresa siga com sua ação negligente, colocando em risco o meio ambiente em troco de encher o bolso de seus acionistas internacionais.