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WEINTRAUB | Com R$ 110 mil no bolso por mês, reacionário Weintraub comemora posse no Banco Mundial

O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub foi confirmado nesta quinta-feira, 30, como diretor executivo do Banco Mundial, que tem sede em Washington (EUA). Ele ganhará R$ 110 mil enquanto brasileiros enfrentam demissões e dificuldades para receber o auxílio emergencial.

sexta-feira 31 de julho de 2020 | Edição do dia

Weintraub será representante do grupo de países (constituency) formado por Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Haiti, Panamá, Filipinas, Suriname e Trinidad e Tobago. O ex ministro teve seu cargo garantido ao sair do governo e fugir para os Estados Unidos em meio a uma crise política no país - vale lembrar que ele saiu do ministério no mesmo dia da prisão de Fabrício Queiroz.

Era um grande defensor do projeto privatista para a educação, atacando as universidades e sendo um obscurantista de carteirinha. No cargo atual, o ex-ministro receberá salário de US$ 21,5 mil mensais (o equivalente a R$ 110 mil), enquanto o desemprego no Brasil dispara, com o número de empregados com carteira assinada caindo para o menor nível da série histórica e, pela 1ª vez, menos da metade da população em idade de trabalhar está ocupada.

A confirmação do nome de Weintraub na eleição interna do consórcio de nove países do qual o Brasil faz parte era considerada meramente protocolar. Como o Brasil tem mais de 50% do poder de voto da chamada constituency, o País conseguiria eleger o diretor executivo ainda que os demais se oponham, deixando escancarado que o governo blindou o ex ministro racista desde que ele saiu do cargo.

Veja mais: Weintraub foge para os EUA para governo blindá-lo de investigações

Weintraub é integrante da ala ideológica do governo e amigo dos reacionários filhos do presidente Jair Bolsonaro. Acumulou crises nos 14 meses em que esteve à frente do Ministério da Educação, incluindo embates com o governo chinês e com os ministros do Supremo Tribunal Federal, os quais chamou de "vagabundos" em reunião ministerial de abril que teve vídeo divulgado.

Além disso, Weintraub também escancarou seu ódio às minorias, com sua fala afirmando que odeia o termo ‘povos indígenas’ e com o fato de que antes de avisar que sairia do cargo, o ex-ministro revogou portaria de cotas para negros, indígenas e pessoas com deficiência em cursos de pós-graduação. Ele é investigado no autoritário inquérito das fake news, que tramita no STF, e também alvo de inquérito no qual é acusado de racismo.

É importante remarcar fortemente que sua saída não se deu pela via de combater todo esse seu reacionarismo, ou como uma vitória do movimento estudantil como afirmou a UNE. Weintraub é um olavista que deve ser repudiado de todas as maneiras, mas é importante ver o que está por trás da sua saída, que se deu como uma forma de ser usado por Bolsonaro para tentar frear o avanço do STF. Se tratou de uma disputa política entre dois setores altamente autoritários, que se utilizam de métodos arbitrários que certamente podem se voltar aos trabalhadores, se estes não derem uma resposta política contundente, de maneira independente.

Agora os setores do regime estão em trégua para atacar os trabalhadores, enquanto implementam novos ataques e retiradas de direitos e nos relegam a seguir com mais 90 mil mortes no país e fazem uma reabertura da economia sem garantir medidas de saúde e segurança elementares, como testagens massivas para Covid, que deveriam ser uma prioridade agora.

O fato de Weintraub conseguir facilmente um emprego no qual receberá um salário com um valor supeior a mais de 180 auxílios emergenciais escancara bem a serviço de quem está o governo. Enquanto blindam um racista, fazem uma chantagem com a maioria dos trabalhadores que se veem em uma contradição de se expor ao vírus para conseguir se sustentar ou ter que morrer de fome, devido às demissões e cortes de salários em curso. Os trabalhadores devem confiar somente em suas próprias forças para batalhar por uma alternativa independente que coloque a vida acima dos lucros e dos privilégios.

Com informações de Agência Estado




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