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Editorial Minas Gerais | Cobrir de solidariedade a greve de metroviários de BH contra a privatização de Zema e Bolsonaro

Os governos de Romeu Zema e de Bolsonaro e Mourão darão mais de R$ 3 bilhões de mãos beijadas para a iniciativa privada atacar ainda mais os direitos dos metroviários e fazer a população arcar com transporte mais caro e inseguro. É a população e os trabalhadores que pagam para empresários se enriquecerem. Apenas a luta contra a privatização pode barrar os ataques, defender os empregos e garantir metrô público ampliado e de qualidade! É preciso cobrir de solidariedade essa greve e coordenar com as demais categorias que lutam contra a privatização, como Cemig, Copasa e Petrobrás.

Flavia ValleProfessora, Minas Gerais

segunda-feira 27 de dezembro de 2021 | Edição do dia

Imagem: Sindimetro MG

Os metroviários de Belo Horizonte iniciaram sua greve no dia 23 de dezembro e seguem em luta em defesa dos empregos, contra a privatização da empresa e em defesa do metrô público e de qualidade.

A privatização é parte do projeto de desestatização de Romeu Zema junto ao governo Bolsonaro e Mourão, que indicam a venda da empresa para o mês de março. Como no conjunto de greves de trabalhadores e atacando direitos democráticos, o judiciário atua a favor dos empresários e desse regime político podre. E arbitrariamente decretou obrigatoriedade da escala mínima de funcionamento, de forma a enfraquecer a greve que se mostrou forte com a totalidade dos serviços paralisados entre os dias 23 e 24 de dezembro.

A venda do metrô é, na realidade, um presente de Zema e Bolsonaro para empresários enriquecerem com a população pagando a conta

A privatização segue a passos avançados. No mês de setembro foi sancionado o PLN (Projeto de Lei do Congresso Nacional) 15/2021 que prevê a venda do metrô de BH com uso de R$2,8 bilhões de verbas públicas da União mais R$428 milhões de verbas estaduais para serem usadas na venda do metrô. Essa medida veio acompanhada do aumento exorbitante da tarifa do metrô em BH, que saltou ao longo de um ano dos 1,80 Reais para os atuais 4,50 Reais, quase triplicando!

Ou seja, é a população quem está pagando para o metrô ser vendido a preço de banana para empresários. E apenas a luta de trabalhadores contra a privatização e com apoio da população que pode barrar esses ataques e a demagogia do governo de ampliação das linhas e melhoria dos serviços, como parte de uma batalha por um metrô 100% público sob gestão dos metroviários e com controle popular. Basta de descarregar ataques e a crise nas costas da população como querem fazer os governos Zema, Bolsonaro e Mourão.

A privatização também ataca o emprego de trabalhadores, que lutam por seus postos de trabalho

A realidade de toda privatização é ataque a direitos de trabalhadores e demissões, além do encarecimento e piora nos serviços prestados à população. Em Minas, temos o exemplo desastroso da privatização da Vale, que ano após ano alcança recordes de lucros, enquanto a população e o meio ambiente são penalizados pelos seus crimes.

No caso da venda do metrô de BH foi criada uma empresa, a VDMG (Veículo de Desestatização de Minas Gerais), para fazer a extinção da CBTU até a venda do metrô para uma empresa privada. Ou seja, nenhum direito dos trabalhadores que trabalham há anos no metrô está garantido, nem mesmo seus postos de trabalho.

Com o prazo de 31/12 para usar os 2,8 bilhões de verbas da União, foi publicada em 13 de dezembro a Resolução 206 que transfere automaticamente todos os trabalhadores da CBTU para a VDMG. Em contrapartida, a CBTU atacou acordo coletivo de trabalho permitindo a transferência de 30 pessoas para a companhia em Brasília, em sua maioria de gerência e chefia, ferindo inclusive a isonomia entre os servidores.

Por isso os trabalhadores lutam por isonomia e contra os ataques aos direitos acarretados pela transferência arbitrária para a VDMG. Demandas justas que lutam os metroviários em greve, que em meio ao aprofundamento da crise podem ver suas famílias passarem ainda mais necessidades. Por isso, lutamos juntos por suas demandas e para que todos os trabalhadores possam continuar vinculados à CBTU MG e também serem os próprios trabalhadores que definam sobre transferências ou não, para outras unidades da CBTU, sem nenhum ataque a seus direitos e a seus postos de trabalho, como parte da luta contra a privatização do metrô.

Barrar a privatização do metrô é o único caminho para que os empregos e os direitos de todos metroviários sejam garantidos e a população tenha acesso ao metrô público ampliado e de qualidade.

Cobrir de solidariedade a greve de metroviários

É uma importante demonstração de força uma greve de trabalhadores forte em pleno Natal. Frente a tamanhos ataques é a força da mobilização que pode garantir os empregos e um serviço público de qualidade para a população. É essa força que Zema e Bolsonaro temem em seus projetos de venda de empresas públicas a preço de banana para grandes empresários. O ataque ao metrô não é um ataque isolado, pois vemos como Zema promete avançar na privatização da Cemig, da Copasa, assim como outros governadores pelo Brasil avançaram nas privatizações. E como fazem Bolsonaro, Mourão e Guedes nacionalmente, como exemplo a revoltante venda das refinarias da Petrobrás entre tantos outros. É na força de mobilização de trabalhadores que a população pode se apoiar contra a precarização da mobilidade urbana e contra o aumento do custo de vida, também lutando por suas demandas.

Por tudo isso essa greve não pode ficar isolada e deve ser coberta de solidariedade. É urgente que a CUT saia de sua passividade, cercando essa greve de solidariedade e chame um plano de lutas contra as privatizações em Minas Gerais, unificando servidores das diversas categorias contra nossos inimigos no governo estadual e federal. Visto que os sindicatos de eletricitários, petroleiros, professores, trabalhadores da Copasa são dirigidos pela CUT: todas categorias atingidas diretamente pelos planos de privatização de Romeu Zema e Bolsonaro. Os mandatos das parlamentares do PSOL e os partidos de esquerda também precisam se colocar ativamente a serviço dessa luta. O Esquerda Diário seguirá fortalecendo e apoiando cada passo da greve de metroviários e ajudando a fortalecer a greve como parte da luta de trabalhadores e da população contra as privatizações.




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