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Cinismo | Cínico, Alckmin segura placa de Genivaldo, mas já liderou muitas chacinas e massacres policiais

sexta-feira 27 de maio de 2022 | Edição do dia

Em um encontro promovido pela chapa Lula-Alckmin com movimentos sociais que ocorreu no dia de hoje, em São Paulo, aconteceu uma cena de espantar qualquer pessoa minimamente coerente que tenha memória: Geraldo Alckmin segurando uma placa pedindo justiça por Genivaldo.

Genivaldo de Jesus Santos foi morto pela PRF na última quarta-feira em ação de tortura na qual policiais prenderam-no no porta-malas do carro e o sufocaram com gás lacrimogêneo até a morte. Um tipo de método semelhante aos usados pelos nazistas durante o Holocausto.

Que Alckmin está fazendo de tudo para tentar “apagar” seu histórico de repressor, reacionário e ladrão de merenda já está claro para muitos. Mas a história não se apaga assim tão fácil.

Cabe reiterar que a luta por justiça a Genivaldo se dará com a força de milhões nas ruas se enfrentando contra essa brutalidade e a polícia, que há décadas usa e abusa da sua força para assassinar e torturar trabalhadores, negros e pobres Brasil afora. É preciso lutar por justiça a Genivaldo nas ruas!

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A gestão de Alckmin foi a responsável pelo maior número de mortos pelas forças policiais em 22 anos, recorde promovidos pelas polícias Civil e Militar no estado de São Paulo, registradas pela Secretaria de Segurança Pública.

Em maio de 2006, durante a gestão Alckmin, mas no momento em que o vice de Alckmin governava, ocorreu uma das maiores chacinas da história de São Paulo. Oficialmente, 564 mortes ocorreram em alguns poucos dias, sendo que mais de 500 delas eram de civis. Conforme estudo divulgado em 2009, feito pela UFRJ, há indícios de participação de policiais em pelo menos 122 execuções. Os crimes de maio de 2006 ficarão manchados para sempre na história do PSDB e de Alckmin.

Para aqueles que precisam relembrar, foi Alckmin quem indicou o nome de Nivaldo Cesar Restivo como comandante da Polícia Militar de São Paulo. Nivaldo foi um dos policiais envolvidos no massacre do Carandiru, no qual 111 detentos foram assassinados a sangue frio.

Alckmin defender justiça contra violência policial é de um cinismo sem tamanho.

O massacre do Pinheirinho, ocorrido em 2012, nunca sairá de nossas memórias. Milhares de famílias em São José dos Campos foram retiradas de suas casas à força por um operativo de mais de 1 mil policiais, todos liderados pelo comandante em chefe, governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. A PM, a mando do tucano, devastou o bairro que resistia há 10 anos, jogando milhares nas ruas.

Alckmin foi condenado por violência policial durante as manifestações de junho de 2013, nas quais policiais foram flagrados utilizando balas de fogo. Centenas de manifestantes foram detidos e outras centenas sofreram com os efeitos direto das violentas repressões policiais, sem contar os que até hoje vivem sem um olho devido à brutalidade dos tiros de bala de borracha.

Nas fortes greves gerais que tomaram a capital paulista em 2017 o braço de ferro de Alckmin também esteve lá, ferindo manifestantes e fazendo de tudo para impedir que se desenvolvesse a luta contra as reformas e as privatizações.

Foram inúmeras as manifestações nas quais estudantes e professores, em particular, tiveram ferimentos diante da repressão da polícia tucana. Alckmin ficou conhecido justamente por ser o grande inimigo dos professores e trabalhadores da educação após tantos e tantos relatos em que mandava a polícia se utilizar de violência contra manifestações políticas.

Também a mando do governo do PSDB, o estado de São Paulo assistiu operações tais como de Paraisópolis, onde a polícia entrou atirando em um baile funk e deixou 9 mortos, em dezembro de 2019. Em Guararema, 2019, onde pessoas foram assassinadas também por sua Polícia Militar.

São inúmeras as situações em que Geraldo Alckmin esteve a frente de operações policiais na Cracolândia supostamente em sua "guerra às drogas", que nunca fez mais do que aumentar a desgraça na qual viviam os moradores de lá com o terror policialesco, prendendo, agredindo e humilhando moradores.

Não podemos permitir que um cínico como Geraldo Alckmin fale em justiça por Genivaldo, tendo em seu histórico tantos casos de matança e repressão policial.

É com a força da nossa luta, e de forma independente, é que podemos arrancar justiça por Genivaldo. Precisamos lutar contra a extrema direita e seus métodos reacionários e fascistas de tortura de forma a não nos colocar ao lado de nenhum lado reacionário, sem confiar nessa estratégia de conciliação de classes que hoje enxerga Alckmin como aliado.




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