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ATIVIDADE CAMPINAS | Christian Castillo em Campinas: Um novo momento na América Latina e as experiência da Argentina

No mesmo dia da histórica assembleia dos professores da UNICAMP e da passagem da tocha olímpica por Campinas. Dezenas de jovens e trabalhadores se reuniram para debater a situação que se abre após a crise econômica e o significado e as práticas trotskistas nesse período.

quarta-feira 27 de julho de 2016 | Edição do dia

Na quarta-feira passada, Christian Castillo se reuniu com a militância do MRT em Campinas e jovens que atuam em conjunto na agrupação Faísca na Casa Rosa. A exposição do ex-deputado provincial começou com o novo momento internacional após o início da crise econômica mundial, com o aumento do desemprego, rebaixamento salarial e governos que se colocavam como socialistas aplicando ajustes a classe trabalhadora. Para a América Latina, o fenômeno de decadência dos governos pós-neoliberais (PT no Brasil, Kirchneirismo na Argentina, etc) coloca desafios à esquerda no sentido de superar a perspectiva de conciliação de classes e erguer um partido revolucionário.

A formação da Frente de Esquerda e dos Trabalhadores na Argentina caminha como alternativa eleitoral e de atuação conjunta da esquerda trotskista nesse país nos conflitos da luta de classe. Desde a conquista da bancada parlamentar em 2013 os deputados foram um impulso a todas as lutas populares, dos trabalhadores e das mulheres. Seja com a expressão dessas lutas no parlamento através da bancada da FIT, seja com a doação da parte do salário dos deputados acima do que vive um professor. Essa perspectiva forjou milhares de trabalhadores e jovens que hoje atuam contra os ajustes de Mauricio Macri, esses milhares se organizam no La Izquierda Diario, primeiro diário da rede internacional e que já cumpre um papel de destaque no jornalismo argentino.

A atuação cotidiana de milhares em torno do La Izquierda Diario já lhe garante o papel de principal mídia das lutas dos trabalhadores e da juventude, o que obriga os jornais burgueses a fazerem referência ao LID e aos “troskos” da FIT. Essa combinação é parte fundamental da ligação da atuação parlamentar com os principais eventos da luta de classes, Christian Castillo saudou a iniciativa do Esquerda Diário no Brasil e as pré-candidaturas do MRT no Brasil, que em Campinas terão Danilo Magrão como candidato e que buscam construir uma voz anticapitalista nas eleições de vereadores.

Sobre o debate, Jean Miranda, estudante de Economia da UNICAMP, disse: “Achei muito positivo o aporte tanto teórico quanto prático que ele nos deu. Teoricamente, fez uma defesa do internacionalismo proletário, analisou a conjuntura, falou sobre a importância da rede internacional de diários voltados para a cobertura das lutas proletárias e disseminação de conteúdo revolucionário, comentou as lutas operário-estudantis na Argentina e no Brasil salientando a linha de continuidade que há quanto aos retrocessos neoliberais que toma a américa latina de conjunto, o que impõe, aliás, um fator de solidariedade das lutas no Brasil, na Argentina, no México, no Chile, na Bolívia, etc. Quanto à prática, nos falou da experiência parlamentar do PTS junto à Frente de Izquierda, atuando no parlamento com uma postura de denúncia da democracia burguesa, na mesma radicalidade expressa nas ruas e nas fábricas ocupadas por operários, que o PTS apoia e constrói com seu movimento de base. Enfim, o Christian trouxe solidariedade para nossa luta, trouxe experiências concretas de luta e trouxe um alento para os espíritos revolucionários.”

Por fim, o debate passou pelas experiências das campanhas conjuntas que trabalhadores e jovens levaram a frente na Argentina, destacando-se as jornadas de luta contra as demissões em Lear. Debateu-se também o processo de rupturas e fusões da esquerda, principalmente em um momento tão crítico para a classe trabalhadora internacionalmente. Desse processo das esquerdas destaca-se o movimento da esquerda e do marxismo na América Latina de conjunto e os pontos de apoio que os trabalhadores e a juventude têm nas lutas do #blacklivesmatter nos EUA e dos trabalhadores franceses, além das fortes resistências em Oaxaca (México), na luta dos professores na Argentina e dos secundaristas brasileiros.


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