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CHINA | China desvaloriza sua moeda em 2% para aumentar as exportações

quinta-feira 13 de agosto de 2015 | 00:00

Nessa terça. 11. o Banco Popular da China tomou a decisão de desvalorizar o yuan quase em 2% em relação ao dólar, para gerar uma melhora nas exportações que vem em queda nos últimos meses. Até o momento, o comércio exterior caiu 7,3 em relação ao mesmo período do ano anterior, uma cifra muito distante dos objetivos previstos para esse ano, que esperavam um crescimento de 6%.

Segundo fontes oficiais, o organismo fixou a taxa média de referência em 6,298 dólares, alcançando uma desvalorização de 1,86 em relação ao valor da segunda, convertendo-se na maior desvalorização em décadas.

Através de um comunicado público, um funcionários do organismo declarava que se trata de uma "desvalorização excepcional" com o objetivo do cambio "refletir melhor as forças do mercado".

Enquanto muitos analistas concordam em dizer que com a desvalorização implementada o Governo pretende reforçar a competitividade das exportações chinesas. Para outros o motivo da desvalorização foi conseguir que o yuan seja incluído na cesta de moedas com "direitos especiais de giro" do FMI, já que a desvalorização não seria suficiente para aumentar as exportações do gigante asiático.

O yuan e o dólar

A China vem enfrentando-se com um ano que expõe com maior regularidade as contradições de sua economia. Durante o mês de julho vimos o colapso das praças financeiras de Xangai e Shenzen, com quedas que alcançaram os 8 pontos e puseram em alerta os principais mercados de ações do mundo.
É provável que, ao menos em parte, as medidas estão dirigidas a reforçar as exportações barateando os produtos chineses no mundo, tratando ao mesmo tempo de suportar com calma os menores ritmos de crescimento econômico que atravessa o gigante asiático

A desvalorização do yuan tem lugar em um cenário do comércio mundial onde a depreciação de "moedas competidoras" acontece com regularidade. Dessa forma, o yuan se fortaleceu mais de 21% em relação ao iene japonês e mais de 11% em relação ao won sul-coreano no último ano, perdendo competitividade. A cotação da moeda de seu principal sócio comercial, o euro, também desvalorizou-se mais de 17% frente a moeda chinesa.

O acordo alcançado entre Grécia e seus credores, também na terça, que proverá ao país helenico um "terceiro resgate", foi mais um fator que influenciou o momento de aplicar a desvalorização do yuan.

Repercussões da desvalorização chinesa

A União Européia, através de assessor, fez pública sua posição favorável a respeito da desvalorização do yuan, "consideramos que se trata de um passo positivo". A medida mostra uma mudança no regime de operações financeiras que permitirá "refletir melhor o equilíbrio entre a oferta e a demanda" nos mecados de divisas, agregou o porta voz da UE.

Um dos pré-candidatos presidenciais dos EUA pelo partido republicano, o magnata Donald Trump, disse que a desvalorização seria "devastadora" para os Estados Unidos. E desde seu olhar catastrófico afirmou: "Simplesmente estão nos destruindo". Trump critica a muito tempo a politica monetária chinesa.

Enquanto alguns funcionários dos bancos centrais da região coincidem em opinar que a medida poderia de alguma forma reativar o crescimento da China e com isso converter-se em motor que puxe as outras economias.

Por fim, as bolsas chinesas fecharam com resultados dispares na terça logo após a decisão do banco central que beneficiará os exportadores enquanto golpeou as ações das empresas aéreas e dos importadores.

O índice CSI300 das principais ações que cotizam em Xangai e Shenzen caiu 0,4 porcento, a 4.066,67 pontos, enquanto o índice composto de Xangai fechou estável a 3.927,91 pontos. "Por um lado, a medida faz com que os ativos domésticos sejam menos atrativo; por outro, a desvalorização pode acelerar a saída de capitais, desencadeando um ajuste passivo da liquidez", assinalou um analista de mercado.

O governo da República Popular da China vem mostrando que é capaz de aplicar uma bateria de medidas buscando resolver os problemas que apresenta sua economia. As contradições que se expõem a cada dia são expressão de problemas estruturais que ainda que possam ser resolvidos de maneira parcial, seguem marcando os limites que encontra a segunda economia do mundo que tenta converter-se em uma potencia imperialista.

Tradução: Pedro Rebucci de Melo




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