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CORONAVÍRUS | Chile teve mais um dia recorde de contágios e a situação sanitária é desesperadora

Pelo segundo dia consecutivo, os novos contágios estiveram acima dos 2600 em apenas 24 horas. Já se somam um total de 37.000 casos. Novamente, a grande maioria dos novos casos se concentraram na região Metropolitana, A capacidade dos hospitais está chegando ao limite em várias regiões, enquanto diminuem a disponibilidade de respiradores.

sexta-feira 15 de maio de 2020 | Edição do dia

Longe de “achatar a curva”, pelo segundo dia consecutivo os casos de contágio no Chile bateram recorde, marcando 2.659 casos novos nas últimas 24 horas e totalizando 37.040 casos até hoje.

Os óbitos chegaram a 368, marcando nessa quinta-feira um pico com 22 mortes nas últimas 24 horas, nas quais 18 se encontram na região Metropolitana.

Entretanto, o mais preocupante foram os dados da ocupação nos hospitais, que segue aumentando, chegando a 78% de ocupação a nível nacional, indicando os pontos mais críticos na Região da Araucanía, que tem 100% da ocupação dos hospitais, a região Iquique com 95% de ocupação e as zonas norte e centro da região metropolitana, que chegaram a 93% e a 94% de ocupação hospitalar, respectivamente.

Além disso, se soma ao fato de que a cada dia se reduz a quantidade de ventiladores mecânicos disponíveis. Isso também é preocupante, porque, se na segunda-feira haviam 582 disponíveis, no dia de hoje há 515, marcando assim, um descenso de 67 ventiladores disponíveis em três dias. Isso considerando que o próprio subsecretário de Redes Assistenciais Arturo Zúñiga disse que o dia de ontem chegaram mais 30 novos ventiladores. Em outras palavras, o aumento da ocupação de ventilação mecânica foi maior.

O governo de Piñera, que havia sido tomado como exemplo para setores da direita continental ao lidar com a pandemia, demostrou o desastre de uma gestão que obrigou milhões de pessoas a irem trabalhar em condições inseguras, para manter aberta a economia, enquanto decretava um toque de recolher à noite com o único objetivo de militarizar as ruas e reprimir qualquer surgimento de agitação social. Além disso, se soma a manipulação das estatísticas e da quantidade de testes realizados, que foi questionado por muitos especialistas.

O aumentos excepcional de casos os últimos dias, os quais, Piñera culpou cinicamente a população, o obrigou a decretar uma quarentena total na área metropolitana, mas sobretudo deixando claro a negligencia de uma política que privilegia os lucros e os empresários da todo custo.

Através desse “experimento” com a vida das pessoas que Piñera segue o mesmo caminho de casos de países como Reino Unido, Estados Unidos e Brasil, que mantiveram em diferentes níveis um discurso negacionista e apostaram a todo tempo no desconfinamento e na abertura da atividade econômica, sem se importar com a vida dos trabalhadores. No entanto, é também um sinal de alerta para os governos que, aceitando a pressão dos empresários, estão começando a relaxar as condições da quarentena, promovendo meios de transporte abarrotados, que são uma via certa de contágio, como é o caso da França.

No meio dessa situação, o governo do Chile através de seu ministro da saúde Mañalich tem o descaramento de seguir responsabilizando a população pelo aumento dos contágios, quando o principal responsável é o Governo e em particular o próprio Sebastián Piñera, com seus chamados à “nova normalidade” e retorno "seguro".

Sua política é continuidade de 30 anos de neoliberalismo que se mantiveram intactos durante cada um dos governos, da nefasta herança da ditadura de Pinochet e seu modelo privatizador de saúde.

Texto original disponível em La Izquierda Diario.
Tradução para o Esquerda Diário: Bárbara Nicodemos




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