Muito mais que uma cervejinha algo de podre permeia o judiciário brasileiro. Não falamos aqui como 40% dos presos, os pobres, negros, estão presos sem julgamento ou com provas forjadas como Rafael Braga, aqui tratamos só das cervejinhas suspeitas e das medidas de "suspeição".
quarta-feira 13 de setembro de 2017 | Edição do dia
Hoje o plenário do STF vai julgar pedido de Temer para considerar sob "suspeição" toda medida de Janot contra o presidente da Republica. O presidente golpista quer aproveitar a desmoralização de Janot para impedir novas denúncias e talvez armar um "contra-ataque" ainda maior invalidando parte das delações. O interesse de Temer é ampla, geral e irrestrita impunidade. Porém, para além dessa medida, a suspeita que paira sob Janot é muito maior. Sua cervejinha com o advogado dos Batista foi uma saideira de um porre de arbitrariedades e serviços ao imperialismo, inclusive ajudando a dar prejuízos bilionários a estatais brasileiras, uma marca do que tem sido o judiciário brasileiro.
Não é provável que o STF considere Janot sob "suspeição", o que seria quase um "impeachment" do procurador geral que perderá seu cargo dia 17. Mas o PGR deve ouvir diversas críticas e pode ter algumas medidas sustadas. O STF reage a tentativa do procurador em envolvê-los nos audios dos Joesley que pouco mostram do STF. Desse modo também se blindam de ter que julgar o pedido de Janot de "suspeição" de Gilmar Mendes. Ministro do Supremo que rivaliza com o Procurador Geral em absurdos. Gilmar gosta das viagens com Temer e jantarzinhos com a "casta política", já Janot gosta de uma cerveja IPA com a "crême de la crême" do golpe dentro do golpe, os Batistas.
Em comum Gilmar e Janot ou Moro e Dallagnol estão os interesses capitalistas. Todos eles adoram desmoralizar o que for público para promover a privatização. Divergem se isso se faz implodindo ou não parte da "casta política nacional". E um e outro são frequentemente citados em relatórios dos EUA sob seus fieis aliados no judiciário brasileiro, como foi mostrado no WIKILEAKS relativo a Sérgio Moro e diversos procuradores.
A podridão de um judiciário que salva seus amigos (Gilmar, por exemplo) e de outro lado daqueles que fazem um escarcéu de powerpoints mas blindam umas empresas mesmo quando prendem seus empresários e destroem outras é o roteiro dos super-privilegiados membros da toga nacional, uma toga que é a mais cara do mundo.
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Hoje veremos diversos desfechos desta crise no judiciário e este Esquerda Diário analisará e opinará mais detidamente sobre o tema mas já pode-se ver que entre os canapés e caviares de Gilmar com Aécio e Temer, os brindezinhos de Moro e Aécio, e as IPAs de Janot vemos caras diferentes da crise política mas de interesses de classe opostos aos trabalhadores, antinacionais, repressivos e arbitrários: agentes do golpe institucional de 2016 e de uma nova aventura golpista este ano junto a arqui-golpista Rede Globo.
Relembre algumas fotos mencionadas nessa matéria:
Gilmar em voo junto com Temer, dias antes de processo no TSE onde julgaria seu amigo Temer
Um dos muitos encontros de Gilmar com Temer e Maia
Moro e Aécio em evento da revista Istoé
