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CORONAVÍRUS | Cemitério São Luiz, na periferia de São Paulo, se prepara para abrir milhares de covas

Um dos maiores cemitérios da capital vem se deparando em suas dependências com cada vez mais chegadas de pessoas falecidas com suspeita de coronavírus.

sábado 25 de abril de 2020 | Edição do dia

Enquanto não existem medidas à altura dessa crise, o cemitério São Luiz se prepara para abrir milhares de covas, na periferia de São Paulo

Um dos maiores cemitérios da capital vem se deparando em suas dependências com cada vez mais chegadas de pessoas falecidas com suspeita de coronavírus.

Na maior cidade do país, onde existe uma desigualdade de renda brutal entre as pessoas, algo que tange também as condições infraestruturais onde habitam, o cemitério São Luiz vem tomando uma medida que pode vir a se reproduzir em inúmeros outros cemitérios, sobretudo nos dos bairros mais pobres. A abertura de valas para aumentar sua capacidade em poucos dias já vem sendo tomada, com a chegada de mortos que sequer seus familiares sabem se sua mortalidade adveio do coronavírus ou não.

A prefeitura de São Paulo, comandada por Bruno Covas, além de seguir a linha de subnotificar casos vem levantando como a sua única preocupação mais imediata, a construção de valas e de um aparato que já venha enterrar os eventuais mortos.

Enquanto isso, os hospitais da cidade vem cada vez mais se aproximando de uma superlotação e com inúmeras denúncias de falta de EPIs para os trabalhadores que estão na linha de frente para combater a crise.

Essas demonstrações de negligência só revelam o caráter dessa prefeitura, que segue mantendo uma orientação de quarentena, mas protagonizou diversos ataques aos trabalhadores para que os mesmos sequer tenham condições materiais para se manter nesse estado na cidade, ou mesmo o próprio sucateamento da sáude pública, sob os interesses dos empresários que se aliam. A ludibriosa “sensatez” que setores como Covas ou Dória aparentam perante um crápula como Bolsonaro, não passam de uma piada de mal gosto para aqueles que vem pagando com a perda de entes queridos ou com sua própria vida nessa situação, pois não são cumpridas sequer as medidas mais elementares para enfrentar essa crise, como a testagem massiva, por parte desses governantes. Os mesmos que se aliam com a patronal para efetuar suas políticas também abandonam a população a própria sorte sem nenhum tipo de auxílio que as façam permitirem estarem em suas casas, sem nenhum prejuízo.

As empresas seguem impondo condições de trabalho extremamente precarizadas para salvar os seus lucros, rebaixando cada vez mais o valor da vida dos trabalhadores, que inclusive podem vir a ser demitidos por conta dessa crise. Ainda assim, a única resposta por parte da prefeitura e governo de São Paulo é ampliar as covas.

Por isso, não podemos demonstrar nenhuma confiança nesses setores para nos livrar dessa crise. Os mesmos são responsáveis para que bairros como Jardim Ângela e Capão Redondo (próximos ao cemitério) não tenham uma infraestrutura suficiente para salvar mais vidas e que só tenham em sua frente mais covas abertas enquanto resposta para os problemas que seus moradores passam.

Não podemos ignorar tal situação e é fundamental apontarmos uma saída contundente que seja independente de Covas ou de qualquer outro político burguês. Só a classe trabalhadora poderá tomar a missão de salvar as vidas até o final, através da unificação de todo o sistema público de saúde, incluindo o setor privado, sob o controle operário, onde a vida das pessoas não terá que ser medida pelo lucro de empresários e que possamos agir para ter medidas que não vem sendo aplicadas de forma contundente como a testagem massiva, assim como a planificação econômica da indústria, onde os trabalhadores possam girar toda a produção do país para a criação de insumos como respiradores e máscaras ou qualquer produto que venham a ser funcional para o tratamento e prevenção do coronavírus. Só assim podemos dar uma solução contundente que venha a salvar as vidas das pessoas e não podemos esperar isso vir da prefeitura de São Paulo.




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