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OPERAÇÃO CARNE FRACA | Carne estragada, lucro para os capitalistas e demissões para os trabalhadores

Como resposta a Operação Carne Fraca, dois frigoríficos que estão sendo investigados suspenderam as atividades nesta quarta-feira e demitiram 280 funcionários. O caso destas empresas que pertenciam ao Grupo Central Carnes Paranaense Ltda mostra que enquanto os grandes empresários lucraram com a venda de carne estragada, os trabalhadores é quem pagam por esta crise.

quinta-feira 23 de março de 2017 | Edição do dia

Além destas demissões, nesta terça-feira, 21, a unidade da BRF, de Toledo, anunciou férias coletivas para seus 1,7 mil funcionários.

A alegação dos donos do frigoríficos é de que a Operação Carne Fraca, na qual estão envolvidos, fizeram as vendas despencarem e os pedidos serem adiados. Lembrando sempre que a ’’crise da carne’’ ocorre num momento de crise econômica e certamente os patrões vão aproveitar da questão da carne para poder demitir ainda mais os trabalhadores para defender as suas taxas de lucro.

O trabalhador Carlos Valter deu a seguinte declaração para a Globo "Você já pensou como é que fica? Todo mundo tem família, todo mundo... Não sei como vai ser". Já Dirce Barbosa, que trabalha na área administrativa, declarou "Trabalho aqui há 24 anos, é uma vida inteira. E a única coisa que eu tenho que falar é que sinto muito pelos funcionários que estão aqui trabalhando".

Não é a primeira vez que o Frigorífico Souza Ramos se envolve em irregularidades. Em outra ocasião, a empresa foi acusada por uma operação por ter supostamente comercializado 14 toneladas de salsichas fora do padrão e também substituído perus por frangos no fornecimento de merenda escolar em 2014. Isto mostra que os patrões não estão preocupados com a saúde de quem está consumindo o produto, apenas no seu lucro.

Já o frigorifico Master Carne é investigado por corrupção e por injeção de produtos cárneos. De acordo com a Polícia Federal, a empresa colocava água no frango. Do outro lado, a empresa afirmava que só vendia os frangos e de que depois da operação nada mais foi vendido e os pedidos foram cancelados.

Além destas empresas, a JBS suspendeu temporariamente a compra de bovinos para abate nas 11 plantas frigorificadas da empresa em Mato Grosso. A notícia foi confirmada pela Associação Criadores de Gado de Matro Grosso e começou na terça-feira, em Araputanga e Pontes e Lacerda. Em nota, a JBS comunicou que "no momento está operando seu abate conforme prevista nesta semana, no entanto, está avaliando o mercado e vai adotar as medidas para adequação do volume de produção à demanda do mercado".

Se de um lado é preciso denunciar a ganância destes grandes empresários a ponto de vender carne estragada para a população, de outro não podemos ter nenhuma ilusão na Operação "Carne Fraca". Todos sabemos que a Polícia Federal que investiga o caso não é neutra e, frente ao momento de crise econômica que o Brasil está vivendo, onde empresas imperialistas querem encontrar mais terreno no "mercado brasileiro" assim como acontece na Petrobrás, pode-se questionar que a Operação Carne Fraca seja uma nova etapa desta ofensiva?

As demissões em massa são mais uma maneira de fazer com que os trabalhadores paguem por mais essa crise. Frente a crise da carne, a resposta que os trabalhadores tem que dar é a estatização de todos frigoríficos sob controle dos trabalhadores e de setores populares da sociedade. Enquanto os ricos comem carne do exterior, como mostrou Temer, são os trabalhadores que consomem o produto feito por estas empresas e são eles quem tem o principal interesse de consumir um produto de qualidade.




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