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TERCEIRIZAÇÃO | Carmen Lúcia mostra que odeia as mulheres trabalhadoras

Cármen Lúcia está junto ao golpismo de candidatos da direita, como Alckmin, Marina Silva e inclusive Bolsonaro, no tema dos direitos trabalhistas: quer rasgá-los para melhor benefício dos patrões.

Fernanda PeluciDiretora do Sindicato dos Metroviários de SP e militante do Mov. Nossa Classe

sexta-feira 31 de agosto de 2018 | Edição do dia

"O que não me convence é que a terceirização prejudica o trabalho. Mas insisto que todo abuso a direitos, e especialmente quanto a valores do trabalho, tem formas de conter", disse Carmen Lúcia na sua defesa no STF ignorando o fato de que são as mulheres as que mais sofrem com a terceirização por serem as que mais ocupam os cargos terceirizados no Brasil, escancarando o machismo e racismo defendido pelo judiciário e provando por mais uma vez a classe que defendem: os grandes empresários capitalistas contra o direito dos trabalhadores.

Cármen Lúcia está junto ao golpismo de candidatos da direita, como Alckmin, Marina Silva e inclusive Bolsonaro, no tema dos direitos trabalhistas: quer rasgá-los para melhor benefício dos patrões.

Há quem diga que colocando mulheres no poder "o feminismo avança". Carmem Lúcia é a prova viva de que não basta ser uma no poder para conquistar os direitos das mulheres, e sim milhares pelas ruas. Na tarde de hoje, quinta-feira, 30, a mesma engrossou o coro junto a mais fez juízes, eleitos por ninguém, do alto de seus privilégios e luxos, que decidiram sobre a vida de milhões de brasileiros: aprovaram por 7 votos contra 4 a terceirização irrestrita no país, possibilitando a que empresas possam estender a terceirização inclusive para as atividades centrais das empresas públicas e privadas, tornando a terceirização irrestrita constitucional. As maiores prejudicadas com essa ação são as mulheres e os negros, que em sua maioria já ocupam os cargos mais precários do país em empregos terceirizados.

A precarização tem rosto de mulher, e na forma de terceirização divide, humilha e mata a classe trabalhadora. Segundo o IBGE, uma mulher negra ganha aproximandamente o equivalente a 30% do salário de um homem branco, mesmo exercendo a mesma função. A precarização do trabalho e a terceirização possuem rosto de mulher negra, mulher pobre, mulher trabalhadora. Basta olhar para trabalhadores da limpeza, que é um serviço majoritariamente terceirizado – independente se prestado na esfera pública ou privada – que a conclusão é nítida: aquele serviço precário com salários miseráveis e nenhum direito tem gênero e tem cor.

Enquanto dão aval para o arrocho salarial, este mesmo STF no dia de ontem teve a cara de pau de aprovar o aumento de seu próprio salário para o escandaloso valor de R$ 39.000,00. No Brasil de 12,9 milhões de desempregados, quase 5 milhões de desalentados (que desistiram de procurar emprego), e onde já 22% dos trabalhos formais no país são ocupados com trabalhos terceirizados sendo a maioria mulheres e negros, se escancara cada vez mais o objetivo do judiciário: de fazer com que os trabalhadores paguem por uma crise econômica que não criaram, para manter os lucros dos grandes empresários cada vez maiores.

São inúmeros os fatos que podemos aqui citar para exemplificar o quanto Carmen Lúcia junto ao judiciário trabalha contra o direito das mulheres, mas para não esquecer um bastante importante que está na ordem do dia é o de manter a ilegalidade do aborto que traz a calamitosa situação e criminosa política que mata 4 mulheres por dia no país em decorrencia de abortos clandestinos, sendo 3 negras, sendo a justiça machista e racista conivente com a clandestinidade de 500 mil abortos por ano e relegando as mulheres negras à morte.

Após dois anos do impeachment onde o próprio STF foi um dos atores centrais que garantiram a retirada de Dilma eleita do poder, hoje seguem estes 11 juízes do alto de seus privilégios roubando o direito da população de votar em quem querem, já que o candidato com maior intenção de voto nas eleições presidenciais, Lula, segue sem poder se candidatar e sem ser votado por decisão do STF, já que, longe de um "combate à corrupção", a Lava Jato junto à sua "imparcialidade" aplica o "dois pesos, duas medidas" julgando uns enquanto à outros garante impunidade, a serviço do imperialismo. Se garantem assim, com uma canetada, tamanha arbitrariedade contra um ex-presidente da república do que são capazes de fazer com os trabalhadores?

Não apoiamos o voto no PT nem em Lula, mas defendemos o direito democrático e elementar da democracia da população votar em quem quiser. Foi o próprio governo do PT que foi responsável pelo aumento exponencial da terceirização no país (de 4 milhões para 12,7 milhões), abriu caminho para a direita, governou um país onde "nunca antes em sua história os banqueiros lucraram tanto", e principalmente desarmaram os trabalhadores onde no ano passado após protagonizarem duas fortíssimas greves gerais entregaram a luta que avançava contra a Reforma Trabalhista e terceirização irrestrita com a paralisia total e completa das centrais sindicais dirigidas pelo PT e PCdoB em troca da garantia do imposto sindical negociado às portas fechadas com o governo golpista. Nestes não votamos, mas denunciamos o autoritarismo do judiciário por princípio, ao mesmo tempo em que denunciamos a política nefasta do governo do PT e de suas centrais sindicais contra os trabalhadores.

Para Marcello Pablito, "Mostrando por mais uma vez sua cara machista e racista, a aprovação da terceirização irrestrita no STF hoje mostra para que veio o golpe: para fazer com que os trabalhadores paguem pela crise, principalmente as mulheres e negros. Por isso nenhuma confiança no Judiciário! Que lutemos com a força dos trabalhadores, das mulheres e dos negros de forma independente por uma Assembleia Constituinte onde possamos lutar pela anulação imediata da terceirização irrestrita e da reforma trabalhista, assim sair em defesa de que todos os juízes sejam eleitos e possam ter seus mandatos revogáveis a qualquer momento; que recebam o mesmo salário de uma professora. Tudo isso está em oposição aos privilégios desses juízes e dos ataques aos direitos que eles e os governos capitalistas promovem".

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