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AUTORITARISMO | Carlos Bolsonaro testa limites de autoritarismo: "não haverão mudanças por vias democráticas"

terça-feira 10 de setembro de 2019 | Edição do dia

Carlos Bolsonaro (PSC), vereador do RJ e filho do presidente de extrema-direita Bolsonaro, publicou no Twitter ontem, segunda (9), que não haverão mudanças desejadas no país por "vias democráticas", reafirmando que ele e seu pai fazem parte da herança golpista contra os trabalhadores, a juventude e o povo pobre. Mais uma vez o objetivo de Carlos é acenar para a base militante dura do bolsonarismo.

Pode-se partir já do fato de Bolsonaro e sua família reivindicarem a ditadura militar e seus torturadores, como o coronel Brilhante Ustra. A publicação de Carlos revela também a herança mais recente do governo de Bolsonaro do golpe institucional, que veio para assolar os trabalhadores, a juventude e o povo pobre.

Bolsonaro e a corja da extrema-direita são filhos que o golpe institucional de 2016 teve que assumir, a começar pela agenda de ataques, que são as tais mudanças a que Carlos se refere. Seu projeto de privatização das empresas estatais, o andamento da aprovação da Reforma da Previdência, a MP 881 e os ataques à educação, vêm para concretizar os planos que Michel Temer não conseguiu realizar, um nível de ataques mais profundo do que os de Dilma contra os trabalhadores e o povo pobre.

Essa continuação e aprofundamento do golpe que Bolsonaro representa não foi sem aval do Judiciário, cujo STF foi agente, mas também da manipulação das eleições, prendendo arbitrariamente Lula e interferindo em cada passo das eleições.

Outra prova do golpismo de Bolsonaro e sua corja é o apoio à tentativa do golpe de Guaidó na Venezuela, em defesa dos interesses do imperialismo de Trump.

Bolsonaro e seus filhos não fazem questão nenhuma de esconder a veia autoritária que pulsa neles. A declaração de Carlos tem como objetivo dar sequência a estratégia do clã de manter em permanente mobilização a base dura bolsonarista. Meses atrás Bolsonaro se enfrentava frontalmente com o Congresso e demais instituições convocando essa base a se mobilizar. Ainda que fracassada esse seu projeto de "bonapartismo imperial", essa é uma tensão permanente de seu governo, como vemos em cada intervenção autoritária sua a PF, a Receita Federal e o antigo Coaf - espólios da Lava Jato. Sem essa base militante ativa, é impossível para Bolsonaro sequer pensar em seu projeto bonapartista imperial, como vemos na queda contínua de sua popularidade.

Nesse contexto, outras figuras do regime, como Rodrigo Maia e o STF, tentam se delimitar do bolsonarismo e aparecer como vozes moderadas, enquanto com seus próprios projetos autoritários também descarregam a agenda de ataques contra os trabalhadores. Contra os diversos projetos autoritários em disputa é preciso batalhar por um programa dos trabalhadores contra a crise, que impulsione a mobilização em cada local de trabalho e estudo, se apoiando nessa auto-organização.




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