O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou à Polícia Federal nesta terça-feira a abertura de inquérito policial para apurar o possível vazamento de informações sobre o faturamento da empresa LILS, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
quarta-feira 19 de agosto de 2015 | 00:00
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou à Polícia Federal nesta terça-feira a abertura de inquérito policial para apurar o possível vazamento de informações sobre o faturamento da empresa LILS, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O vazamento foi feito pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão de inteligência financeira do Ministério da Fazenda, e publicado na Revista Veja.
Segundo agências de notícias, o Coaf elaborou três relatórios que apontam "movimentação atípica" da empresa do ex-presidente petista.
Em junho, o juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato no Paraná, afirmou em despacho que o ex-presidente não estava sendo investigado mas, conforme investigadores, isto não significa que sua empresa não tenha sido alvo de investigação.
Segundo o vazamento, o faturamento da empresa de Lula teria chegado a R$27 milhões em 4 anos, dos quais quase R$10 milhões teriam sido de empreiteiras investigadas pela Lava Jato.
Nas última semanas, a campanha pelo impeachment de Dilma veio se enfraquecendo em favor da defesa da "governabilidade para os ajustes", por parte de um amplo arco de atores políticos e econômicos da burguesia. A mensagem de "unidade" do vice-presidente Michel Temer ganhou o apoio das principais federações patronais, FIESP e FIRJAN, além do Bradesco, o que foi culminado pelo lançamento da chamada Agenda Brasil pelo presidente do Senado, Renan Calheiros do PMDB, que isolou relativamente o principal porta-voz da tese do impeachment, Eduardo Cunha.
Em vista deste acordo nacional pela estabilidade e pelo ajuste, a oposição do PSDB (que não está unificada pela tese da saída de Dilma) provavelmente concentrará fogo em desgastar a figura de Lula para 2018, continuando a "sangria" do PT com as denúncias da Lava Jato.
Entretanto, como dissemos das manifestações deste domingo, que não alteraram a relação de forças nacional, a direita tucana tem grandes dificuldades em aproveitar a crise do PT e os escândalos de corrupção em que se envolvem Dilma, Lula e os petistas.