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CAMPANHA ABORTO LEGAL JÁ | Campanha pelo direito ao aborto recebe resposta reacionária na USP

Fica evidente que se trata de uma retaliação à campanha feita anonimamente por setores reacionários da faculdade, assim como resposta à forte Plenária realizada no dia anterior.

sexta-feira 3 de agosto de 2018 | Edição do dia

A luta pelo direito ao aborto ganhou as ruas na Argentina, e a força da mobilização pode arrancar nesta próxima quarta-feira, a aprovação do aborto legal, seguro e gratuito no país vizinho. A luta já se espalha pela América latina e em diversos países, assim como no Brasil, terão fortes atos que pretendem fortalecer e apoiar as companheiras argentinas, assim como trazer a pauta e a mobilização para nosso país.

O grupo internacional de mulheres Pão e Rosas é linha de frente desta luta em todos os locais em que está, e há semanas iniciamos uma forte campanha aqui no Brasil, trazendo debates, panfletando e confeccionado faixas a fim de dar visibilidade ao movimento que ganha força internacional.

Na última quinta-feira, a Secretaria de Mulheres do SINTUSP, à qual o Pão e Rosas compõe, realizou uma Plenária de mulheres que contou com dezenas de trabalhadoras, professoras e estudantes dispostas a organizar um calendário de mobilização para trazer para nossa Universidade o debate deste importante tema.

No mesmo local da plenária - Vão da História e Geografia - a grande faixa em formato de pañuelo com os dizeres “Educação sexual para decidir, contraceptivos para não abortar e aborto legal, seguro e gratuito para não morrer”, confeccionada por militantes da juventude Faísca e do Pão e Rosas, apareceu arrancada no dia seguinte.

Uma vez não sendo política da Direção da Unidade, que se tivesse retirado a faixa teria também recolhido, conforme o procedimento habitual, fica evidente que se trata de uma retaliação à campanha feita anonimamente por setores reacionários da faculdade, assim como resposta à forte Plenária realizada no dia anterior.

A cada dia que passa fica mais evidente o potencial de unificação da classe que o movimento de mulheres tem, mesmo com as sucessivas tentativas de cooptar o movimento por parte da direita, as mulheres da América Latina e do mundo todo se levantam cada vez mais para dizer “Nenhuma a menos”, “Fora Trump” e “Aborto legal, seguro e gratuito já!”, não é a resposta covarde e anônima de reacionários que intimidará as mulheres que se levantam e decidem por seus corpos em luta pelo fim da exploração e opressão capitalista.

A cada faixa arrancada serão mais mulheres nas ruas, pois aqueles que se dizem pró-vida são na verdade pró-morte das mulheres negras que sucumbem ao aborto clandestino diariamente e fecham os olhos para a realidade que mostra que às mulheres também é negado o direito à maternidade quando sofremos violência obstétrica, esterilidade por decorrência de efeito colateral de pílulas, quando nossos filhos são mortos nas mãos da polícia. Não há direito à vida, não há direito ao corpo, por mais que os reacionários se neguem a enxergar a realidade.

Independente de qualquer retaliação, não nos intimidaremos, o Pão e Rosas USP convida à todas as mulheres e homens que estudam, trabalham e lecionam em nossa Universidade a somar forças no dia 08/08 para fortalecer nossas companheiras argentinas e trazer a pauta do aborto para o Brasil. Chega de mulheres mortas pelo machismo e capitalismo! Queremos educação sexual para decidir, contraceptivos para não abortar e aborto legal, seguro e gratuito para não morrer!




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