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METROVIÁRIOS SP | Campanha "Volta Já!" pode dar continuidade à luta dos demitidos do Metrô

Os metroviários e os trabalhadores devem levantar uma forte campanha pelo "VOLTA JÁ" de todos os metroviários demitidos.

Fernanda PeluciDiretora do Sindicato dos Metroviários de SP e militante do Mov. Nossa Classe

terça-feira 28 de abril de 2015 | 00:05

Metroviários seguem na luta há mais de dez meses pela volta imediata ao trabalho, enquanto seguem os trâmites jurídicos. O resultado que dia 15 de abril em Primeira Instância reconhece que as demissões dos metroviários demitidos na última greve foram ilegais, não os reintegra imediatamente. O Metrô de SP já comunicou seus funcionários que irá recorrer à sentença.

Metroviários e todos os trabalhadores devem sair à luta pela reintegração de seus companheiros.

A luta é também pelo direito de greve!

Entenda aqui o andamento do processo jurídico.

O Metrô, no dia 23 de abril, notificou seus funcionários dizendo que vai recorrer da decisão em Primeira Instância, reinterando que as demissões não foram baseadas por conta da greve estabelecida naquele momento, mas sim por "abusividade da greve" e "falta grave" que a empresa está acusando os demitidos fazerem na própria greve. A empresa se refere às tentativas exercidas pelos funcionários de fazer valer efetivamente sua greve contra o Plano de Contingência organizado pela empresa, pelo qual a empresa impõe às chefias para trabalharem no período de greve, inclusive colocando funcionários sem treinamento adequado para operar trens, colocando em risco a vida de milhões de passageiros enquanto "furam a greve". Os grevistas naquela ocasião compareciam aos locais de trabalho para conversar com aqueles que não haviam aderido a mesma.

A empresa ainda afirma nesta mesma nota que os empregados grevistas "ignoram o sofrimento de quase 5 milhões de usuários diários do Metrô", se isentando por completo da responsabilidade dela mesma manter hoje um sistema metroviário que está muitíssimo aquém das necessidades dos paulistanos, com falhas técnicas todos os dias provindas do sucateamento dos trens, superlotação devido à restrita malha metroviária, pouco quadro operacional para atender os usuários e assegurar sua segurança, entre outros, enquanto políticos e grandes empresários lucram rios de dinheiro em licitações fraudulentas para garantir suas fortunas, como o Propinoduto. Isso somente prova que os trabalhadores dos transportes são os únicos que se comprometem hoje com a luta por um transporte público, estatal e de qualidade para toda a população.

A greve de 2014 foi o instrumento utilizado naquele momento pelos metroviários para lutar, direito este previsto na Constituição Federal de 1989, que assegura este direito à TODO trabalhador brasileiro. O que está sendo atingido diretamente nesta situação toda é o direito de greve, que os trabalhadores do transporte deveriam ter. A empresa não tinha motivos para demitir os metroviários naquela ocasião que não o de desestabilizar a mobilização, e por isso mandou os telegramas sem justificativa nenhuma da justa causa, de forma errônea e "desesperada" para que os metroviários retrocedessem e acabassem com a mobilização, pois jamais o Governador Geraldo Alckmin permitiria uma greve a poucos dias da Copa do Mundo. Foi feita uma inspeção no pós-greve e o próprio Metrô comprovou que não houveram danos materiais ao Metrô neste processo. O que estamos discutindo aqui é que foi uma ação anti-sindical por parte do Governo por completo, para quebrar a greve no meio e derrotar os metroviários.

Na sentença, o Juiz acabou por não considerar uma demissão política, afirmando que a empresa deveria ter "se atentado melhor", dizendo que "o contexto da greve em que ocorreram as dispensas torna ainda mais necessária a observância do procedimento correto (das demissões), pois assegura que o motivo das recisões seja a prática de falta grave e não a participação no movimento grevista", mas não afirma em nenhum momento o caráter político das demissões. Porque, então, esta "falta grave" que o Metrô afirma que fizeram os demitidos não foi constatada no primeiro telegrama demissional? Porque, simplesmente, a intenção principal do Metrô naquele momento era acabar com a greve a qualquer custo! E demitir os grevistas é uma perseguição política aos lutadores!

A campanha política deve andar de mãos dadas com a campanha jurídica

A justiça, que já declarou que as demissões são ilegais, segue protelando a reintegração dos demitidos. Os metroviários não podem "ficar reféns" da justiça burguesa! As contradições deste julgamento em Primeira Instância provam o que desde antes já prevíamos: que devemos colocar de pé uma forte campanha política pela readmissão, e não seguir conduzindo a luta apenas no âmbito jurídico por considerar que "algumas ações políticas atrapalhariam o processo", como o Sindicato dos Metroviários defendeu em algumas ocasiões desde a demissão.

Por isso, hoje se faz mais necessário do que nunca, que se concretize uma unidade de ação da esquerda através de uma campanha democrática nacional e internacional, que possibilite a maior rede possível de solidariedade aos metroviários em meio a próxima campanha salarial (iniciada no próximo mês), e que a CSP-Conlutas seja ponta de lança dessa campanha a partir dos seus sindicatos e movimentos organizados. Que se relance uma grande campanha nacional e internacional pela volta imediata dos metroviários demitidos! Que esta seja uma campanha como nunca fizeram os metroviários e os trabalhadores do país, pois somente assim é possível fazer uma pressão e impor que a justiça seja feita! Que o Sindicato dos Metroviários organize comissões de base e comando de mobilização para construir uma forte campanha salarial, em defesa dos lutadores metroviários e para isso organize uma campanha de fotos nos locais de trabalho! Fazemos um chamado para que todas as centrais sindicais antigovernistas estejam nesta luta se solidarizando ativamente com os metroviários demitidos, pois esta é uma luta da classe trabalhadora!

QUE SE CUMPRA A JUSTIÇA ATÉ O FINAL! POR UMA CAMPANHA PELA VOLTA JÁ DOS DEMITIDOS POR LUTAR NO METRÔ! NINGUÉM FICA PRA TRÁS!




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