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ELEIÇÕES NO REINO UNIDO | Cameron alcança maioria nas eleições do Reino Unido

Alejandra RíosLondres | @ale_jericho

sábado 9 de maio de 2015 | 00:10

O partido conservador já alcançou maioria. O partido do primeiro-ministro assegurou seu segundo mandato em Downing Street.

Com um resultado que nenhuma das pesquisas prévias contemplava, o partido de Cameron conquistou 331 cadeiras, o que o coloca em condições de governar com maioria própria no Reino Unido.

Em uma noite de surpresas, os grandes perdedores foram o Partido Trabalhista e o partido Democrata Liberal. Figuras proeminentes de ambas as formações perderam cadeiras em distritos considerados "seguros", abrindo um cenário de dúvidas sobre o futuro de seus líderes.

No caso do Trabalhismo, Ed Balls, do distrito de Leeds no norte do país, e porta-voz da Economia Trabalhista e que era anunciado como futuro ministro de economia e novo Chanceler do Erário Público, acabou perdendo sua cadeira por uma pequena margem nas mãos dos conservadores. Seu partidário na Escócia, Douglas Alexander, chefe da campanha trabalhista e porta-voz da Política Exterior da oposição, perdeu sua cadeira para a jovem nacionalista do SNP, Mhairi Black, de 20 anos.

Segundo o jornal matutino The Guardian, Ed Miliband pediria demissão como líder do Trabalhismo durante o dia de hoje.

Por ouro lado, os democratas liberais nas figuras de Danny Alexander, chefe do Tesouro, e do veterano Vincent Cable, secretário de negócios,ambos perderam suas cadeiras. Ainda que Nick Clegg tenha mantido sua posição no distrito nortista de Sheffield, seu futuro como líder do partido está na corda-bamba.

A estrela da noite, em um resultado caracterizado pelos meios de comunicação como a maior surpresa em eleições desde 1945, foi a extraordinária vitória de Nicola Sturgeon, líder do SNP Escocês. Deste modo, a poucos meses do referendo pela independência, a Escócia se converte em uma região monocromática, onde o nacionalismo escocês obteria 56 das 59 cadeiras escocesas. Ao se conhecer os primeiros resultados de boca de urna, uma cautelosa Sturgoen declarou "Sabíamos que iriamos bem, mas nunca sonharia que conseguiríamos 56 das 59 cadeiras escocesas".

Para o Partido Nacional Escocês [SNP em inglês], tudo foram ganhos. O SNP ganhou 50 posições, o trabalhismo perdeu 40 cadeiras e os democratas liberais perderam 10 cadeiras. Ao Trabalhismo, aos conservadores e aos democratas liberais, cada um deles levou somente uma cadeira naquele país.

O primeiro-ministro Cameron, declarou em sua circunscrição de Oxfordshire, e com um semblante vitorioso, que não decepcionará ninguém e trabalhará para manter o país unido. Sua liderança se verá consolidada, ao não ter que depender de outras formações partidárias para governar.

Segundo a promessa eleitoral de Cameron, o Reino Unido realizará um referendo sobre a permanência na União Européia em 2017. As pressões eurofobas dentro de suas próprias fileiras, como as pressões independentistas da Escócia, questionam a União do país.

Um resultado desconcertante que acabou com a oposição e colocou sobre o tabuleiro questões chave sobre a governança do país. As consequências políticas ainda estão por se ver.

Depois de cinco anos de cortes dramáticos ao Serviço Nacional de Saúde, e ataques aos direitos sociais, a vitória conservadora fortalece Cameron para seguir cortando conquistas do movimento operário e dos setores populares e, para implementar o corte de 12 milhões de libras que já foi anunciado, aprofundando ainda mais as desigualdades sociais.




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