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RIO JANEIRO | Cabral autorizou empresa que contamina meio ambiente a seguir funcionando

Cabral e dois secretários de sua gestão foram denunciados por improbidade administrativa por autorizar funcionamento de empresa que liberou partículas causando chuva de prata e contaminando milhares de moradores em região da cidade do Rio de Janeiro

Marie CastañedaEstudante de Ciências Sociais na UFRN

terça-feira 20 de dezembro de 2016 | Edição do dia

O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB) e dois dos seus antigos Secretários foram denunciados por meio de uma ação civil por improbidade administrativa por autorizarem o funcionamento do Alto Forno #2 da empresa Thyssem Krupp Companhia Siderúrgica do Atlântico. A empresa localizada em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio, é responsável por 70% da emissão de CO2 na cidade do Rio de Janeiro e já adoeceu uma parcela da população de Santa Cruz em 2010, uma região de 217,3 mil habitantes, expelindo um pó prateado.

O Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente (Gaema), órgão ambiental do Ministério Público, abriu uma ação civil para denunciar que o acordo para a autorização foi garantido em menos de 24 horas, sem o aval do órgão. O GAEMA afirmou que apenas 10 dias após a aprovação do acordo, a TKCSA foi responsável novamente por expelir partículas descontroladamente, novamente fazendo chuva de prata em Santa Cruz. Os secretários estaduais que também estão denunciados eram na época da Casa Civil, Arthur Bastos, e de Meio Ambiente, Marilene Ramos.

A empresa já foi multada em diferentes órgãos por seus danos causados à população que vive ao redor e ao próprio meio ambiente e segue em operação. De acordo com o movimento "pare TKSCA", a empresa atua sem Licença de Operação desde 2010. Em seu site o movimento registrou imagens da destruição causada pela poluição da empresa, a população fala da morte dos mariscos e do mangue e das consequências mortais do que é expelido pela siderúrgica. "Aqui sempre foi muito tranquilo, até um lugar meio esquecido, né? É um dos últimos bairros da cidade do Rio de Janeiro. Só que de 2006 pra cá, deixou de ser um lugar "esquecido" para ser um lugar aterrorizado. Porque nós vivemos praticamente em uma situação de terror com a siderúrgica" é o testemunho que dá uma moradora.

Fica evidente novamente como o PMDB é um partido que administra a política para os grandes empresários e golpistas. Assim como é escancarado o quanto o que move estes é o lucro, sem preocupação com o meio ambiente e a qualidade de vida da população. Assim como na Tragédia de Mariana, os grandes gestores e políticos saem ilesos, enquanto os trabalhadores pagam com as suas vidas.

É urgente colocar as demandas da população, dos trabalhadores e da juventude em primeiro plano. E para isso não é possível que políticos possam aprovar a continuidade de funcionamentos ilegais como a da siderúrgica de Santa Cruz, em meio aos seus inesgotáveis privilégios. As regras do jogo precisam ser mudadas, por uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana que se imponha pela luta.




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