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CORONAVÍRUS NO CHILE | COVID-19 no Chile: O governo não dá respostas, porém as e os trabalhadores mostram uma alternativa

Piñera decreta estado de exceção devido a catástrofe, na tentativa de solucionar a crise que o COVID-19 tem gerado e que ainda irá gerar, deixando a segurança pública e o abastecimento sob controle militar, possibilitando o decreto de toque de recolher e outras medidas, porém não existe nenhuma medida a favor do povo trabalhador. Continuamos com uma saúde totalmente sem financiamento e precária. A organização das e dos trabalhadores pode dar uma saída viável para o povo.

quinta-feira 19 de março de 2020 | Edição do dia

Publicamos em português artigo originalmente em espanhol, escrito por Catalina Parra para o La Izquierda Diario Chile, que faz parte da mesma rede internacional de diários digitais que o Esquerda Diário.

Hoje (19) à meia noite iniciou o estado de exceção devido a catástrofe, decretado pelo presidente Piñera. Uma medida que supostamente veio para enfrentar o coronavírus, porém nós sabemos que o governo apenas objetiva controlar o povo trabalhador, que já está vem há meses gritando e exigindo o fim desse Chile dos empresários.

Nós não precisamos dos militares! O que nós precisamos é fortalecer a saúde pública, que já vem há anos com baixíssimo investimento e com um sistema totalmente precarizado. Necessitamos que a prioridade seja nossa saúde e sobrevivência, e não a ganância dos empresários. Eles proíbem aglomerações para “prevenir”, porém milhares precisam continuar pegando metrô e ônibus para ir trabalhar em condições sanitárias inaceitáveis, ainda mais para enfrentar uma pandemia como o coronavírus.

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Se o Estado e seu governo não ligam para nossos interesses, devemos realizá-los nós mesmos e exigir que todas as medidas necessárias sejam tomadas para prevenir e proteger as e os trabalhadores. Assim fizeram os assistentes de serviço subcontratados do metrô que protestaram na estação La Moneda, denunciando que, mesmo sendo os mais expostos ao contato com o público e, portanto, aos contágios, os trabalhadores não receberam nem mesmo máscaras, que dirá ter condições para se prevenir frente ao problema da pandemia do coronavírus.

E nesse mesmo âmbito há vários exemplos, como o protesto das e dos trabalhadores de Easy Belloto na quinta região do país; os operários do aeroporto internacional de Santiago; os trabalhadores do shopping de Rancagua; os trabalhadores da construção do projeto MAPA da Celulose Arauco; o sindicato Burger King no shopping Ross de Valparaíso, etc.

Contudo, nós precisamos ir ainda mais além do que os protestos e as mobilizações que reivindicam a paralisação das atividades que não são vitais e condições sanitárias adequadas para aqueles que desempenham papéis chave, como hospitais e consultórios, já que o governo não irá nos dar resposta e para os empresários nossas vidas valem menos que seus lucros.

Devemos fazer assim como fizeram os trabalhadores de Orica Antofagasta, que votaram por um Comitê de Saúde e Segurança que “pode funcionar com delegados/as de todas as áreas de trabalho, como forma de organização das e dos trabalhadores que podem se articular com profissionais da saúde para pesquisar e propor medidas para enfrentar essa situação desde a base dos trabalhadores, que são quem melhor sabe como funciona a indústria.”

Exemplos assim temos que procurar repetir e aprofundar, para que consigamos impor saídas em que a crise não seja paga pelo povo trabalhador, mas sim pelos empresários que ergueram toda sua riqueza às nossas custas.




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