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CONUNE Extraordinário | CONUNE: Contra o burocratismo da UJS, por uma plenária unificada da oposição à esquerda

O Conune extraordinário acontece em meio a incessantes ataques, uma crise política e mobilizações. Sua direção, composta pela UJS, PT e Levante, é a mesma que após a manifestação do dia 19 de junho, decidiu autoritariamente que a próxima seria apenas no dia 24 de julho, o que gerou amplo repúdio e obrigou a convocação do dia 03 de julho. Mas eles seguem se recusando a promover a auto-organização dos estudantes desde as bases para que possamos tomar a luta nas nossas próprias mãos. Por isso, chamamos os estudantes e organizações políticas que não concordam com essa lógica e querem construir uma alternativa de esquerda a essa direção burocrática para construirmos juntos e uma plenária unificada da oposição de esquerda!

Marie CastañedaEstudante de Ciências Sociais na UFRN

terça-feira 13 de julho de 2021 | Edição do dia

A urgência de uma resposta contundente a Bolsonaro, Mourão e a cada um dos ataques é gritante. São mais de 530 mil mortos pela COVID-19, privatização da Eletrobrás, tentativa de privatização dos Correios para agosto, Reforma Administrativa em discussão, Matheus Machado e Rodrigo Pilha ficaram vários dias presos por lutar. Nas universidades e institutos federais, a imprevisibilidade de futuro que estampava as capas de jornais burgueses há poucos meses segue, com cortes de bolsas, expulsão de estudantes por Interventores, como fez Bulhões com 190 cotistas na UFRGS, entre outras ameaças.

Neste cenário, o CONUNE Extraordinário é convocado em pouco mais de um mês, sem eleição de delegados e auto-organização nas universidades, para que a diretoria eleita em 2019 defina suas deliberações e vote uma nova diretoria com a mesma composição da anterior, com a chapa da UJS tendo mais de 70% dos votos, a juventude do PCdoB, ou do Maia, da Kátia Abreu e outras figuras reacionárias da política brasileira às quais a UJS já brindou seu apoio. Ao passo que o PT, a partir da CUT, segue garantindo a divisão entre estudantes e trabalhadores convocando dias de luta separados, privilegiando sangrar Bolsonaro para preparar 2022, enquanto passam ataques econômicos e autoritários.

Por isso, nossa proposta para que esse não seja somente uma espaço de discussão de cargos é buscar construir com todos os setores que se colocam como oposição de esquerda da burocracia da UJS, PT e Levante, é que possamos construir um espaço unitário de debates, uma Plenária aberta da Oposição. Nela, podemos debater democraticamente como articular nossa luta desde as bases em cada universidade, potencializando o papel das entidades estudantis onde estamos para que estas possam fomentar a auto-organização dos estudantes. E, por essa via, colocar de pé um Comando Nacional das Federais, formado por delegados eleitos e revogáveis, que massifique e coordene nossa luta contra os ataques do governo Bolsonaro, para defender as universidades públicas e estarmos lado a lado com os trabalhadores contra os ataques, como a privatização dos Correios que vem sendo discutida nesse momento.

Esse caminho possibilitaria colocar as decisões da luta nas mãos da base dos estudantes, o que é muito diferente tanto das reuniões de cúpula da direção majoritária da UNE, quanto das “assembleias” Povo na Rua, que na realidade são verdadeiras lives para referendar as decisões das direções das organizações.

Deveria ser o papel da oposição de esquerda não referendar a forma anti-democrática as decisões desse congresso, mas batalhar pela auto-organização dos estudantes desde a base. A crise social se aprofunda no país e precisamos de propostas que possam ampliar a força do movimento estudantil frente ao Governo Bolsonaro-Mourão. Os estudantes precisam ter direito a voz e voto, assim como todas as organizações presentes. Chamamos também essas correntes a combaterem conosco para que esse seja um espaço aberto de debates e não uma chancela das posições da UJS.

Sabemos que politicamente existem diferenças na esquerda sobre a condução dos atos e qual deve ser a política para derrotar o governo Bolsonaro-Mourão, no entanto, acreditamos que é possível seguirmos discutindo essas diferenças e ao mesmo tempo conformar um polo antiburocrático que nos permita reunir aqueles que não compactuam com a lógica burocrática da direção majoritária da UJS e que querem de fato batalhar para que nossas entidades estudantis sejam ferramentas para impulsionar a mobilização dos estudantes desde a base. Esse é o chamado que fazemos a todos os estudantes e organizações da esquerda para esse Conune.

Leia também nossa tese: Transformar nosso ódio em revolução! Fora Bolsonaro e Mourão!




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