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UNICAMP | CACH-Unicamp chama à organização da juventude contra a crise e o governo

Em reunião realizada no dia 4 de agosto, estudantes do Centro Acadêmico de Ciências Humanas da Unicamp votaram um chamado a todas as entidades, aos coletivos e movimentos antigovernistas para lutar contra os cortes na educação e contra a redução da maioridade penal e o aumento das penas e construir uma alternativa independente da juventude.

quinta-feira 6 de agosto de 2015 | 03:11

Está intenso o debate acerca da crise política nacional. Por um lado, está colocado em xeque o Partido dos Trabalhadores, pois está cada vez mais em evidência os limites de seu projeto de país e que este partido é hoje, pela via de seu governo, o agente direto dos ajustes e dos profundos ataques contra a classe trabalhadora e a juventude. Por outro lado, está lançado o desafio a todos os setores antigovernistas que buscam ser uma alternativa real de organização ao descontentamento e às rupturas de trabalhadores e jovens com as ilusões gradualistas da “década petista”. Para derrotar o PT, que historicamente significou amarras e desvios da organização independente dos trabalhadores contra a exploração e toda opressão, bem como buscou frear o ímpeto por libertação e transformação tão característico da juventude, é fundamental que essa alternativa seja construída. Entretanto, esse passo só será possível diante de uma ação completamente independente e delimitada do que representa o governo.

Esse apaixonante desafio foi o que estimulou os estudantes do Centro Acadêmico das Ciências Humanas da Unicamp, o CACH, a fazer um chamado a todas as entidades estudantis, coletivos e movimentos antigovernistas, para a construção de um polo que transforme em ação a imensa politização da juventude de Junho e que faça pesar uma alternativa revolucionária através de dois eixos políticos bem demarcados, a luta contra os cortes na educação e a luta contra qualquer medida repressiva contra a juventude, ou seja, contra a redução da maioridade penal e contra o aumento das penas.

Na Unicamp esse chamado está sendo articulado para, através da ação unificada com outros centros acadêmicos, coletivos e estudantes, organizar uma semana de ações com esses dois eixos, com um plano de intervenção para o dia 11 de agosto, combinados aos debates específicos da universidade, como a discussão sobre policiamento e vivência, e também aos debates da cidade, como a emenda da opressão e a lei anti-pixo do prefeito Jonas Donizette (PSB). Através de trancasso, roda de conversa e sarau artístico que envolva os estudantes e jovens da cidade o desafio será transformado em força material. Todas essas ações colocarão na ofensiva uma alternativa política contra a paralisia promovida pela direção governista da UJS e Kizomba-PT no DCE da Unicamp, que defendem a Reforma Política anti-Junho dos políticos da ordem e o governo desmoralizado de Dilma.

Veja o chamado do CACH:

Organizar a juventude para emergir contra a crise e o governo!

Em menos de um mês o governo Dilma anunciou dois cortes extras de verba pública. Com o último anúncio do governo, do corte de 8,47 bilhões de reais, já totalizam mais de 87 bilhões de reais retirados de diversos serviços públicos essenciais, com maiores danos às obras públicas, à saúde e à educação. Os crescentes cortes na educação chegaram a um total de 13 bilhões e apontam uma crise que envolve a juventude vinculada aos programas, como FIES, PRONATEC, PROPAP, PIBID, EJA e também levam universidades federais à ameaça de não retomarem suas atividades porque efetuaram o pagamento de contas básicas, como a energia elétrica. Além dos cortes, tem destaque no Congresso os projetos conservadores contra a juventude e os setores oprimidos, desde a retirada do Plano Nacional de Educação o debate de gênero e sexualidade nas escolas até os projetos que querem aumentar medidas repressivas contra toda a juventude, como a PEC 171 da redução da maioridade penal e o projeto Serra (PSDB), que foi assinado em baixo por Dilma e o PT, que visa o aumento das penas para os jovens, a partir de alteração no Estatuto da Criança e do Adolescente.

Se, diferente dos trabalhadores que já saíram em cena com greves fortes contra os ataques do governo e paralisações nacionais, a juventude desde junho de 2013 e o movimento estudantil ainda não saíram com força, isso é fruto da ação consciente de entidades estudantis como a UNE e movimentos que atuam para pacificar os estudantes e jovens, buscando esconder e defender os ataques e a falência em todos os âmbitos do projeto do PT para a juventude e o país. Vemos ações incipientes contra os cortes da educação, um novo movimento estudantil que se aliou às trabalhadoras terceirizadas e pediu mais permanência na UERJ, UFRJ e UFJF, bem como a continuidade das greves nas universidades federais como UFBA, UFRJ, UFF, UFPB e outras, que escancaram a crise universitária brasileira e mostram o fim das ilusões de ascensão social gradual que propagandeou o PT nos últimos dez anos. Isso mostra que existe disposição para a luta contra os cortes da educação e os ataques do governo Dilma nos estudantes, apesar da ação das direções governistas. Essas direções devem ser derrotadas e as entidades estudantis serem instrumentos vivos, democráticos, capazes de cumprir seu papel histórico de ferramenta de organização e luta dos estudantes, aliadas aos trabalhadores e em combate ao governo.

A juventude está atenta, politizada e disposta a enfrentar o ajuste, todos os ataques e o conservadorismo que unifica o governo Dilma, sua base aliada e seus “opositores”. Para transformar essa disposição em força material é necessário construir um polo antigovernista e antiburocrático, capaz de atrair e organizar a juventude, a partir da unificação de todos os setores independentes do governo. Para isso o CACH faz um chamado à articulação das entidades estudantis, como centros acadêmicos, diretórios e grêmios, nas universidades e escolas, mas também nacionalmente à ANEL e o setor de Oposição de Esquerda da UNE, bem como a todos os coletivos e movimentos sociais. O dia 11 de agosto que foi chamado pelo Manifesto de Brasília, convocado pela ANEL, OE da UNE e alguns comandos de greve de universidades federais, será um dia nacional de lutas contra os cortes na educação e contra a redução da maioridade penal. Esse dia poderá ser um primeiro passo que coloque a juventude na ofensiva para emergir no cenário nacional e derrotar o governo.

A partir da construção de atividades, como saraus, festivais, atos ou cortes de ruas, e da organização de espaços unificados nas universidades e escolas, com esses dois eixos políticos demarcados, a luta contra os cortes na educação e contra a redução da maioridade penal e o aumento das penas, podemos construir medidas concretas que amplie e massifique a organização de uma saída independente para a juventude, que a prepare e coloque a audácia de responder à crise política nacional.




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