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LITERATURA | Branco como a espuma do mar

Terceira parte da série de textos de Marcelo Magalhães

sábado 27 de agosto de 2016 | Edição do dia

Não me acostumei com a saudade. GRAVAR VIDEOS PARA NÃO MANDAR. O estardalhaço do sorriso de criança. Pés. Sombra do voo de uma borboleta. Os gritos daqueles que não diz. Gritos do som do "s" que sibila na minha boca. Margaridas, girassóis, placas, carros, seu jeans difícil de abrir. Quantas vezes voltar a musica para lembrar, difícil escrever você, dizer, assumir minhas axilas suadas. Não ter vergonha de por o dedo no nariz, do seu nariz, do meu nariz cheirando o seu corpo, o seu rosto colado no meu. Branco como a espuma do mar.

Sede

Pensei em maneiras de não tirar sua semente do meu ventre. Pensei na metáfora que fazemos entre semente e porra. Tenho vergonha de escrever porra e profanar a beleza daquilo que já é belo, pois é Porra. É tão profano e delicioso falar a carne como carne. Dizer que é delicioso de sentir sobre a porra cair em mim, sentir o seu pulsar, a direção do vento mudou, a direção do seu lábio é a minha boca, a ereção, a direção, a pulsação, a mudança do vento, a minha boca seca.

Revisão: Samanta Tavares




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