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MILITARIZAÇÃO DAS ESCOLAS | Bolsonaro vai manter privilégios de colégios militares enquanto corta 30% das instituições de ensino federais

Bolsonaro e seu ministro chantageiam a educação defendendo a necessidade de cortes de 30% do orçamento das instituições federais, enquanto mantêm intacto o orçamento dos colégios militares, cujo custo por estudante é 3x superior ao gasto com um estudante do ensino público regular.

terça-feira 7 de maio de 2019 | Edição do dia

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Bolsonaro disse através do porta-voz Otávio Rêgo Barros que não vai mexer nos recursos de colégios militares, apesar do corte de 30% do Ministério da Educação de Weintraub (MEC) em universidades e institutos federais.

Quem controla o orçamento das unidades educacionais militares é o Ministério da Defesa. Segundo matéria do Estadão, Rêgo Barros disse que “a Força tem autonomia na definição das prioridades com relação aos recursos orçamentários de suas organizações”.

Cada estudante de colégio militar vale três vezes mais do que estudante de escola pública regular. O Exército gasta com cada um deles R$19 mil anualmente. O Estado investe hoje R$6 mil em um estudante do ensino básico por ano, se cada um destes fossem matriculados nos colégios militares, R$320 milhões seriam necessários por ano, 3x o orçamento do MEC.

São 13 colégios pelo país. O que está localizado no coração da Tijuca, no Rio de Janeiro, possui uma infraestrutura centenária, de 1889, e imponente. Possui piscina, ginásio esportivo, campo de futebol, cavalos para hipismo, aulas eletivas de robótica, informática, teatro e dança.

O choque que nos causa os privilégios para os militares com sua educação de milhares de reais, enquanto um estudante de instituição de ensino federal enfrenta o corte de 30%, está também no cultivo da tradição conservadora nos costumes. O uniforme remonta a farda militar da fundação do colégio, em que meninas podem usar saias, mas elas têm que ser abaixo do joelho e os cabelos, presos. Quem não estiver com o uniforme imaculado pode ser punido desde perda de pontos disciplinares até a expulsão. Namorar é proibido e os estudantes têm que bater continência para professores. O coronel que é subcomandante do colégio, André Pires do Val, diz que a proposta prega “respeito aos professores” e que isso “são marcas da cultura militar”.

Esse choque de privilégios mostra os objetivos de Bolsonaro e sua corja, como o desejo de militarizar o ensino, a perseguição a professores com o Escola Sem Partido, o ataque às Ciências Humanas com o seu tuíte sobre o corte de verbas para os cursos de sociologia e filosofia. O MEC chantageia estudantes e trabalhadores com o corte de 30%, dizendo que ele não será necessário se a Reforma da Previdência for aprovada, numa clara separação da potente unificação de estudantes e professores, que farão uma paralisação no dia 15/05.

A unificação com os professores é fundamental para derrotar esses ataques de Bolsonaro, inclusive o não pagamento da dívida pública e a defesa de um projeto de universidade e de educação que estejam a serviço da classe trabalhadora, e não das empresas, levantando o fim do vestibular e a estatização das universidades privadas. Só assim vamos garantir a revogação da PEC 55, da Reforma Trabalhista e da lei de Terceirização Irrestrita, junto a um plano de obras públicas e à redução da jornada de trabalho sem redução salarial para enfrentar o desemprego, que atinge quase 30% entre jovens de 16 a 24 anos.




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