Com a escalada do conflito na Ucrânia, Bolsonaro afirmou que a importação do Potássio russo pode ser afetada, e por isso seria necessário aprovar Lei que concedesse o direito à grilagem e mineração em solo indígena.
quarta-feira 2 de março de 2022 | Edição do dia
Apesar de não ter uma posição clara sobre a invasão russa à Ucrânia, Bolsonaro afirmou em suas redes sociais que o conflito pode acarretar em uma falta de potássio para o agronegócio brasileiro na produção de fertilizantes, fornecido em grande medida pela Rússia. Como “solução”, ele defende o PL 191/2020, que permitiria “a exploração de recursos minerais, hídricos e orgânicos em terras indígenas”.
Leia a declaração da FT-QI: Declaração da Fração Trotskista pela Quarta Internacional sobre a guerra na Ucrânia.
- Nosso Projeto de Lei n° 191 de 2020, "permite a exploração de recursos minerais, hídricos e orgânicos em terras indígenas". Uma vez aprovado, resolve-se um desses problemas.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) March 2, 2022
Segundo um relatório da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil e da Amazon Watch aponta que, se aprovado, esse projeto de lei defendido poderá levar à perda de 160 km² na Amazônia. Essa posição é claramente um ataque ao direito de autodeterminação dos povos originários, que Bolsonaro, Mourão e a burguesia querem avançar cada vez mais.
Bolsonaro usa o contexto também para afirmar que, se não fosse a “esquerda e os indígenas”, o Brasil não precisaria importar tais minerais, solucionando o problema da fome com o desenvolvimento do agronegócio. Entretanto, ao contrário do que afirma, a dependência brasileira se deve ao desenvolvimento desigual e combinado em que o capitalismo brasileiro se formou, colocando a concentração de terras como um dos pilares da fome; além da incapacidade de qualquer burguesia nacional em romper com o imperialismo e com a dependência. A única saída para a superação da dependência é a classe trabalhadora, junto aos povos indígenas e todos setores oprimidos e explorados, se levantar de forma independente em ruptura com o capitalismo, com a autodeterminação dos povos e a formação de um Estado Operário que vise seu próprio definhamento com o desenvolver da revolução internacional.
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