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Bolsonaro quer privatizar empresa que faz dados do auxílio emergencial, a Dataprev

A Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência mais conhecida como Dataprev, é uma importante empresa estatal que reúne dentre suas funções, a tarefa de organizar e guardar os dados dos mais de 71 milhões de brasileiros que contribuem mensalmente para a previdência social, ou recebem dela, algum tipo de benefício.

quinta-feira 9 de abril de 2020 | Edição do dia

A estatal de suma importância, figura um papel fundamental no tratamento e cruzamento de dados dos brasileiros que solicitaram o insuficiente auxilio emergencial de R$ 600,00 para mitigação dos danos causados pela epidemia do novo Coronavírus e a crise econômica que assola milhões. Segundo seu presidente, Gustavo Canuto,foram processados 33 bilhões de registros cruzados pela DataPrev, processo esse que demorou mais de 14 horas.

Seguindo a lógica de sua importância, essa deveria ser uma das empresas estatais de TI que mais deveria receber investimentos para contratação de pessoas, e aumento de sua infraestrutura, no entanto, no governo Bolsonaro, apesar de tendo registrado lucro líquido de 150 milhões em 2018, e ter um lucro projetado para 2019 de 170 milhões (o resultado consolidado ainda não foi divulgado), essa é uma das empresas que passam nesse momento por um processo de privatização,juntamente com outras empresas importantes para asseguramento da soberania brasileira, como o Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados).

É parte desse processo de privatização a demissão de 15% de seus funcionários (493 trabalhadores), e suas atividades em 20 estados da federação seriam encerradasdemissões que felizmente não obteve êxito graças a mobilização dos trabalhadores da empresa, que não permitiram que essas demissões acontecessem após vários meses de insatisfação e greves realizadas que fez com que aqueles que seriam demitidos fossem remanejados para o INSS, no entanto, antes disso acontecer, alguns dos funcionários da Dataprev já haviam sido demitidos, e foram obrigados a sair do prédio da empresa com seus pertences em sacos de lixo.

A presidente da empresa a época,Christiane Edington, escolhida a dedo por Paulo Guedes,afirmou que este era um processo de reestruturação normal, independente da privatização da empresa,no entanto, ela mesma se mostrou interessada no último ano em participar do processo de formulação da forma de privatização da Dataprev, e além disso, é sócia junto com o marido, em uma empresa de dados, que pode inclusive, ser uma das interessadas na privatização da Dataprev. Neste ano, Christiane retornou a empresa como conselheira, menos de um ano após sua demissão gerada pelo visível conflito de interesses.

Recentemente, outro caso desse tipo também ocorreu na Serpro, onde Caio Mario Paes de Andrade seu diretor-presidente é um sócio licenciado de empresas privadas, e consequentemente, no processo de privatização da empresa pública, terá acesso a informações privilegiadas sobre o processo. Mostrando os reais interesses e atores por trás desse processo de privatização

“As pessoas acham que estamos falando de um ou outro documento. Não, é tudo. Toda sua vida, todos os seus dados. Toda a vida das pessoas está guardada em dados dentro dessas duas empresas”, me disse Sheyla Lima, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Informática, Processamento de Dados e Tecnologia da Informação de Pernambuco e servidora do Serpro há 36 anos”. Segundo matéria publicada pelo TheIntercept.




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