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Bolsonaro quer acordo fisiológico com todos os corruptos do Centrão

Visando uma base sólida para seu eventual governo, o reacionário candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL) veta articulação de aliados para tirar a presidência da câmara do DEM, buscando acordo com todos os corruptos do "centrão".

segunda-feira 22 de outubro de 2018 | Edição do dia

Com 52 deputados eleitos, o presidenciável tenta enquadrar a base do seu partido fazendo acenos ao Centrão, que perdeu força, mas segue tendo uma grande influência com 142 deputados integrando o DEM, PP, PR, Solidariedade, PRB, PSC e PTB.

Bolsonaro, para acalmar o DEM que elegeu 29 deputados federais, teve sua primeira intervenção direta na bancada do PSL quando afirmou, na quinta-feira passada, que o partido não vai disputar o comando da Câmara. O deputado Onix Lorenzoni (DEM-RS), anunciado como chefe da casa civil caso Bolsonaro seja eleito, tem dialogado com o DEM que aponta a rejeição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Casa.

O ex-ministro da educação, Mendonça Filho (DEM-PE), conselheiro da campanha de Bolsonaro, está sendo cotado para reassumir a pasta. O PSD, que apesar de ter ficado “neutro” no segundo turno está se aproximando do PSL. O ministro das Comunicações Gilberto Kassab, que comanda a legenda, declarou apoio a Bolsonaro.

O presidenciável, que começou a campanha praticamente sem nenhum apoio partidário, agora quer fazer alianças com o centrão para aprovar suas propostas. Para uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) ser aprovada, por exemplo, ela precisa ter três quintos de votos favoráveis dos parlamentares, passando pela Câmara e pelo Senado.

Fechando acordos com o centrão, Bolsonaro começaria seu governo com apoio de 144 deputados: 52 do PSL, 10 do PTB, 8 do PSC, 34 do PSD, 29 do DEM e 11 do Podemos. Quando começou seu mandato em 2003, Lula tinha 230 deputados na base de apoio e a projeção do PSL é superar esse número. Para isso, vão ser fechados acordos com os corruptos que precisar, fora as bancadas do boi, da bala e da bíblia. Com isso, segundo os operadores políticos do presidenciável, Bolsonaro deve contar com uma base superior a 300 deputados.

Eduardo Bolsonaro, filho do candidato à presidência e reeleito a deputado por São Paulo, chegou a ser lançado como possível presidente da Câmara. Outros nomes também já foram considerados, mas agora o presidenciável busca garantir sua base fazendo acordos para impor seu projeto privatista, neoliberal e reacionário de governo.

Para colocar em prática todos os absurdos que defende, como o Escola sem Partido que impede debates de gênero e sexualidade nas escolas, censurando pensamento crítico dos alunos e dos professores, ou como a reforma da previdência para continuar garantindo o lucro dos empresários enquanto os trabalhadores pagam pela crise, Bolsonaro está disposto a fechar com golpistas, corruptos e políticos tão escravistas quanto ele.

Compartilhamos o ódio da população contra Bolsonaro e acompanhamos sua vontade de derrotá-lo também nas urnas. Por isso, chamamos voto crítico em Haddad, sem qualquer ilusão na estratégia reformista e eleitoralista do PT, completamente impotente para frear a extrema direita, ou o autoritarismo judicial.

Batalhamos pela construção de milhares de comitês de ação pela base nos locais de trabalho e estudo, em exigência às centrais sindicais (especialmente a CUT e a CTB) para enfrentar Bolsonaro, o golpismo e as reformas, assim como os privilégios escandalosos do poder judicial.




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