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Bolsonaro mente ao prometer mais empregos: 24 mil serão afetados com demissão na ford

Enquanto o reacionário Bolsonaro faz demagogia com absurdo projeto de Reforma da Previdência apresentado na última quarta, 20, dizendo que "gerará mais empregos", 24 mil empregos da região podem ser afetados direta ou indiretamente com o fechamento da planta.

quinta-feira 21 de fevereiro de 2019 | Edição do dia

Sob a justificativa de “retorno à lucratividade sustentável de suas operações na América do Sul”, a multimilionária montadora Ford abandona milhares de famílias de trabalhadores pegos de surpresa pelo anúncio repentino de encerramento da operação da fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. O cálculo do Dieese prevê que, se todos os trabalhadores forem demitidos, isso impactaria no fechamento de outras 24 mil vagas quando se leva em conta toda a cadeia produtiva.

A montadora responde por 1,72% da arrecadação de ICMS da cidade (R$ 14 milhões ao ano) e por 0,8% do ISS (R$ 4 milhões). Representa um impacto para toda a região do ABC. Segundo a própria Ford, a unidade emprega 3 mil funcionários. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC considera que cerca de 2 mil são de produção e os demais, da área administrativa, além de outros 1,5 mil terceirizados. Atualmente, a fábrica opera com menos de 20% da capacidade produtiva e renova equipamentos e produtos há três anos.

A decisão da empresa vem na sequência do anúncio dos planos de implementação da reforma trabalhista pela GM, que chegou ao ponto de blefar sobre deixar o país se os trabalhadores não aceitassem o plano integral de ataques da empresa. Isso foi respondido fortemente pela mobilização dos trabalhadores, que em Gravataí (RS) obrigaram a empresa recuar em seus planos.

Os capitalistas, em meio a crise, estão ansiosos pela implementação de mais reformas e ataques do reacionário presidente Bolsonaro (PSL), principalmente a Reforma da Previdência, para continuarem lucrando enquanto os trabalhadores pagam pela crise. O governo de extrema direita discursa cinicamente sobre melhorias na economia e de empregos enquanto tem como principal objetivo nos fazer trabalhar até morrer, fazer com que tenhamos que decidir entre o desemprego e a precarização dos postos de trabalho.

Bolsonaro, Guedes, Maia, Alcolumbre, Mourão fazem uma demagogia absurda ao dizer que trará geração de empregos e diminuirá a diferença entre pobres e ricos enquanto podem ocorrer demissões na Ford e implementação da Reforma Trabalhista na GM. O projeto inaceitável da reforma que foi entregue ontem, quarta (20), pelas mãos do reacionário Bolsonaro, retira a obrigatoriedade de o empregador pagar multa de 40% sobre o valor do FGTS ao trabalhador que for demitido e já estiver aposentado.

Agora, a organização da luta dos trabalhadores em todo o país torna-se mais que urgente. Hoje, nenhuma negociação com os patrões, como se dispõem CUT e CTB (centrais sindicais dirigidas pelo PT e pelo PCdoB), que não esteja ligada a mobilização efetiva da base. Apenas com um plano de lutas baseado nos métodos históricos da nossa classe será capaz de derrotar esses ataques.

A luta contra a reforma trabalhista em 2017 que foi traída por essas centrais não pode se repetir. Chega de trégua com o governo e os capitalistas que se preparam para atacar com força a classe trabalhadora e os mínimos direitos que temos. É necessário se organizar para tomar os sindicatos nas nossas mãos, contra a burocracia sindical, para enfrentar essa absurda Reforma da Previdência, os patrões e o governo ao lado dos servidores municipais de São Paulo que estão em greve.




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