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IMPRENSA | Bolsonaro ironiza levantamento da Fenaj sobre ataques à imprensa

Levantamento da Federação Nacional dos Jornalistas atribuiu a Bolsonaro a liderança nos casos de ataque à imprensa. Nas redes sociais a reação de Bolsonaro foi gargalhar do levantamento.

terça-feira 21 de janeiro de 2020 | Edição do dia

O presidente Jair Bolsonaro ironizou um levantamento da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) sobre ataques à imprensa. O relatório da entidade, divulgado na quinta-feira passada, mostra que 208 ataques a veículos de comunicação e jornalistas foram registrados no ano passado. Bolsonaro foi responsável por 121 desses casos, segundo a Fenaj, ou 58% do total.

Pelas redes sociais, o presidente reagiu com ironia. "HAHAHAHAHAHAHA. KKKKKKKKKKKKKKK." O comentário foi publicado na conta oficial do Facebook e do Twitter do chefe do Planalto.

Bolsonaro respondeu ainda a um seguidor que perguntou como o levantamento chegou ao índice. "Pegaram o QI médio da galera da imprensa. Deu 58", escreveu o presidente. Nos últimos dias, ele passou a responder internautas diretamente em comentários feitos nas publicações em sua página oficial.

Conforme o relatório da Fenaj, a maior parte dos ataques de Bolsonaro foi contabilizada na categoria "descredibilização da imprensa". "Em 2019, a modalidade tornou-se a principal forma de ameaça à liberdade de imprensa no Brasil e foi incluída no relatório diante da institucionalização da prática", disse a Fenaj.

Como o levantamento mostra o relacionamento de Bolsonaro com a imprensa tem sido de constante agressividade. A estratégia de Bolsonaro é sempre desqualificar, atacando até mesmo de maneira chula e infantil repórteres, ao menor questionamento por parte da imprensa. Como foram os casos em que tachou um repórter de ter a cara de "terrivelmente homossexual", ou quando mandou outro jornalista perguntar para a mãe dele a respeito de um comprovante de transferência em relação ao Caso Queiroz.

Mais preocupante do que isso, são os casos de favorecimento por parte de Bolsonaro e de sua Secretaria de Comunicação às mídias que são mais atreladas ao bolsonarismo, como Record, Band e SBT. Denúncias da Folha mostraram que essas emissoras que estão entre as que mais recebem verba publicitária do governo, também possuem negócios com uma empresa relacionada ao Secretário de Comunicação de Bolsonaro, Wajgarten.

Mesmo contando com a adesão de toda a mídia burguesa à sua agenda de reformas, Bolsonaro busca confrontar aquelas que apresentam a menor margem de crítica a seu governo, mostrando mais um traço autoritário desse governo.




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