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NEPOTISMO | Bolsonaro empregou não só a ex, a irmã dela e seu ex-sogro como a sua atual esposa

Bolsonaro e seus filhos empregaram nos últimos 20 anos uma de suas ex-mulheres, Ana Cristina, a irmã dela, Andrea, o pai delas, José Cândido Procópio e sua atual esposa, Michelle.

sexta-feira 8 de dezembro de 2017 | Edição do dia

O deputado federal e pré-candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSC-RJ) nomeou sua atual mulher, Michelle, para exercer cargo em seu gabinete na Câmara no ano de 2007 e só a exonerou depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) editar súmula que vedou o nepotismo.

O nepotismo como prática política é recorrente por Jair Bolsonaro, são diversos casos que se entrelaçam, e que ele mesmo não nega:

— Já tive um filho empregado nesta Casa e não nego isso. É um garoto que atualmente está concluindo a Federal do Rio de Janeiro, uma faculdade, fala inglês fluentemente, é um excelente garoto. Agora, se ele fosse um imbecil, logicamente estaria preocupado com o nepotismo, ou se minha esposa fosse uma jumenta eu estaria preocupado com nepotismo também.

Bolsonaro e seus filhos empregaram nos últimos 20 anos uma de suas ex-mulheres, Ana Cristina, a irmã dela, Andrea, e o pai delas, José Cândido Procópio. Andrea continua lotada até hoje no gabinete do deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSC-RJ). Um dos filhos do parlamentar, o hoje deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), também foi empregado em seu gabinete.

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A informação sobre a nomeação da atual mulher foi publicada pela “Folha de S.Paulo”. Segundo o Jornal O GLOBO a informação confirma por meio de pesquisa feita em boletins administrativos da Câmara. Michelle foi nomeada no gabinete de Bolsonaro em 18 de setembro de 2007. Os dois já tinham um relacionamento à época. Em 29 de agosto de 2008 o Supremo editou a súmula que tratou do nepotismo, vedando a contratação de parentes até terceiro grau.

Bolsonaro tratou de exonera-la em 3 de novembro de 2008, com efeitos administrativos a partir de 31 de outubro daquele ano.

Segundo o Jornal O GLOBO desde 1998 Bolsonaro e seus filhos deram empregos a familiares de uma das ex-mulheres do deputado. Ana Cristina Valle foi mulher do deputado federal entre 1997 e 2007. Juntos tiveram um filho, Jair Renan Bolsonaro, que nasceu em 1998. Após o nascimento, o deputado nomeou em seu gabinete a tia e o avô do menino, Andrea e José Cândido, enquanto a mãe foi lotada na liderança do PPB, partido do parlamentar à época.

Andrea ficou no gabinete do presidenciável de setembro de 1998 até novembro de 2006. Em setembro de 2008, uma semana após a edição da súmula pelo Supremo, ela foi nomeada na Assembleia Legislativa do Rio no gabinete de Flávio, onde está até hoje, com salário de R$ 6,5 mil líquido. Andrea foi nomeada no mesmo dia da exoneração de José Cândido no mesmo gabinete.

Não há vedação legal à nomeação de Andrea pelo fato de o parentesco ser posterior ao terceiro grau. José Cândido estava lotado na Alerj desde fevereiro de 2003, quando Flávio Bolsonaro assumiu o cargo em seu primeiro mandato. Entre novembro de 1998 e abril de 2000, a lotação dele foi no gabinete do genro Jair Bolsonaro na Câmara.

Ana Cristina, por sua vez, foi nomeada na liderança do PPB entre novembro de 1998 e dezembro de 2000. Ela foi nomeada, depois, no gabinete de Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) na Câmara Municipal do Rio. O órgão não informou o período em que ela esteve ligada à Casa. Ana Cristina diz não se lembrar quando atuou naquela Casa, destacando apenas que deixou a função em 2006, quando teria terminado o relacionamento com Jair Bolsonaro.

Em abril de 2005, durante uma sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Bolsonaro defendeu a contratação dos parentes e citou a situação do filho Eduardo, hoje deputado federal por São Paulo. Ele foi funcionário da liderança do PTB entre 2003 e 2004, quando o hoje presidenciável estava no partido.

Fonte da Foto: Siempre!




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