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Bolsonaro em coro com Guedes e Maia: "Não dá pra ficar muito tempo mais com esse auxílio"

Segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), 15 milhões de brasileiros voltarão a pobreza se o auxílio emergencial for interrompido. Ainda assim, Bolsonaro, Guedes e Maia negam a possibilidade de prorrogação do auxílio em 2021.

terça-feira 20 de outubro de 2020 | Edição do dia

Foto: Reprodução

Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (19) na saída do Palácio da Alvorada que a concessão do auxílio-emergencial custa R$ 50 bilhões e não pode ser mantida por muito tempo.

"Sei que os R$ 600 são pouco para quem recebe, mas é muito para o Brasil. Dá R$ 50 bilhões por mês. Tem que ter responsabilidade para usar a caneta "BIC". Não dá pra ficar muito tempo mais com esse auxílio porque o endividamento é monstruoso".

O Ministro da Economia Paulo Guedes e o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) já negaram a possibilidade de prorrogação do auxílio em 2021. Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), 15 milhões de brasileiros voltarão a pobreza se o auxílio emergencial for interrompido.

O presidente concluiu que "o Brasil está saindo da crise" econômica trazida pela pandemia, o que reduziria a dependência da população em relação à assistência do governo. O auxílio emergencial foi uma tentativa de resposta à catástrofe econômica que já se vislumbrava antes da pandemia e que se aprofundou vertiginosamente com as consequências da crise sanitária.

A assistência foi aprovada a contragosto de muitos membros do governo, inclusive Bolsonaro que propôs inicialmente parcelas de apenas R$200 a milhões de trabalhadores informais que ficaram sem renda, trabalhadores que perderam seus empregos durante a pandemia ou ainda pessoas que já vinham desempregadas desde antes da pandemia em uma crise que já registrava índice de desemprego em 13%.

Apesar disso, o auxílio emergencial reanimou o índice de popularidade de Bolsonaro, pois fez com que o número de brasileiros pobres (aqueles que ganham menos de meio salário mínimo, ou R$ 515) recuasse em 23,7%.

Contudo, como apontam Bolsonaro, Guedes e Maia, o projeto não tem previsão de se estender, mesmo com os impactos da pandemia ainda assolando a população. Pelo contrário, o auxílio já prevê, em suas últimas parcelas, um corte de 300 reais.

Diante de um cenário de caos econômico, o governo, juntamente com a medida do auxílio, aprovou ataques avassaladores à classe trabalhadora, dando verdadeiros auxílios ao empresariado, como concessões de créditos bilionários, em especial aos bancos, que mesmo obtendo lucros recordes, ganharam de presente 1,2 trilhões do PIB, já no início da pandemia.

Tudo isso somado aos ataques já colocados desde antes da pandemia, como a reforma trabalhista, reforma da previdência, carteira verde e amarela que aumenta a terceirização, além das medidas de flexibilização dos direitos, e a recente reforma administrativa, empurra os trabalhadores em direção à informalidade e à precarização.

É preciso se enfrentar com esse governo que coloca o dinheiro acima das vidas. A recente manifestação de milhares no Chile e a abertura de um processo de uma nova Assembleia Constituinte é uma inspiração para fazer com que os capitalistas paguem pela crise que eles mesmos criaram.




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