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LGBTs | Bolsonaro e Itamaraty contra os LGBTS: "Gênero significa sexo biológico, feminino ou masculino"

Guerra de Bolsonaro a ideologia de gênero chega à política externa; ministério quer retomada da ’definição tradicional’

quarta-feira 26 de junho de 2019 | Edição do dia

Diplomatas receberam nas últimas semanas instruções oficiais do comando do Itamaraty para que, em negociações em foros multilaterais, reiterem “o entendimento do governo brasileiro de que a palavra gênero significa o sexo biológico: feminino ou masculino”. As apurações foram feitas pela Folha de São Paulo.

Acredite se quiser: depois de uma massiva Parada LGBT, que contou com a presença de centenas nas ruas, Bolsonaro ataca mais uma vez diretamente a população LGBT com essa medida que visa obviamente , fazer valer os "valores tradicionais" da direita conservadora e da espúria extrema direita, que desde as eleições, vem se utilizando de falácias tais quais a “ideologia de gênero” ser um ataque ao conceito "tradicional" de família. Em pelo menos duas reuniões, na ONU e na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, os diplomatas receberam a instrução de ressaltar a diplomatas de outros países a visão do governo brasileiro sobre gênero.

De acordo com fontes do Itamaraty, a instrução foi formalizada porque o Brasil, ao utilizar essa definição, quer evitar ambiguidades. Procurado, o Itamaraty afirmou tratar-se apenas da retomada da definição tradicional de gênero. Para Camila Asano, coordenadora da Conectas Direitos Humanos, essa medida pode “comprometer a credibilidade internacional do país”, completa a Folha.

Para que não saia enfraquecido após esta que foi a primeira parada LGBT após sua posse, Bolsonaro coloca as manguinhas de fora tentando através de tal medida, calar e desmoralizar esse setor oprimido. Colocando, pela via do Itamaraty, que para o governo e portanto, para o Brasil, a imagem que precisa fixar internacionalmente é de que aqui, nas terras tupiniquins, o que se entende por gênero é "feminino ou masculino": menino veste azul, menina veste rosa. E com isso, silenciar quaisquer tentativas de expressar livremente qualquer orientação sexual e de gênero.

Não podemos permitir que esse governo continue a perpetuar sua série de mentiras e ataques. Urge que cada setor oprimido, em aliança com os trabalhadores, ergam suas vozes contra o machismo, a homofobia, o racismo numa luta ombro a ombro contra os ataques de Bolsonaro e contra o capitalismo.




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