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Chantagem | Bolsonaro diz que tirará dinheiro da Saúde e da Educação se Congresso derrubar veto sobre distribuição de absorventes

Não bastasse a misoginia de Bolsonaro ao vetar o fornecimento gratuito de absorventes, o presidente agora ameaça a Saúde e a Educação para manter seu reacionário veto.

segunda-feira 11 de outubro de 2021 | Edição do dia

O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo (10) que caso o Congresso Nacional derrube o veto dele no projeto de lei que previa a distribuição gratuita de absorventes higiênicos, ele irá "tirar o dinheiro da Educação e da Saúde" para custear a ação. A afirmação foi dada durante entrevista transmitida pela internet, realizada em frente ao Forte dos Andradas de Guarujá, no litoral de São Paulo, onde o presidente passa o feriadão.

"Ela colocou em distribuição gratuita, mas não é uma cegonha que vai levar a todo mundo. Se o Congresso derrubar o veto do absorvente, eu vou tirar dinheiro da Saúde e da Educação, tem de tirar de algum lugar" disse Bolsonaro.

Bolsonaro alega que o texto do projeto não estabeleceu fonte de custeio sendo, portanto, inconstitucional. Segundo o presidente, a despesa causada pela distribuição dos absorventes higiênicos é maior do que R$ 100 milhões.

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O argumento de Bolsonaro é só um pretexto para disfarçar sua misoginia, que desconsidera o enorme problema de saúde pública da mulher que trata o projeto. Segundo dados da Unicef e da UNFPA, mais de 4 milhões de jovens não têm itens básicos de higiene nas escolas quando estão menstruadas e 713 mil delas vivem sem acesso a banheiro ou chuveiro em seu domicílio. Muitas vezes essas mulheres e homens trans acabam usando absorventes improvisados, como miolos de pão ou papéis variados, que escancaram a pobreza menstrual que assola milhares no país.

Bolsonaro ainda ameaça os recursos da Saúde e Educação, sendo que estão entre os que mais perderam verbas para o orçamento de 2022. Por exemplo, a estruturação de Unidades de Atenção Especializada em Saúde passou de uma dotação de R$ 2,3 bilhões, neste ano, para R$ 482 milhões em 2022, uma diferença de R$ 1,8 bilhão.

Enquanto isso, o Ministério da Defesa terá um aumento de R$132 milhões nos recursos destinados às verbas discricionárias do Ministério da Defesa e é o setor que contará com o maiores investimentos para 2022, mostrando como Bolsonaro segue favorecendo seus colegas militares, com a destinação de verbas cada vez maiores. Bolsonaro poderia cortar de seus colegas militares, do bilionário fundão eleitora, que teve seu valor triplicado para as eleições do ano que vem, das bilionárias emendas parlamentares com que compra o Centrão, entre tantos outros gastos, mas escolhe fazer demagogia com os recursos da Saúde e Educação para justificar seu ódio ``as mulheres.




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