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BOLSONARO E A TORTURA | Bolsonaro diz que Ustra é “herói” em sessão do conselho de ética que julga o seu processo

Na votação do impeachment de Dilma, um desfile de reacionarismo, Bolsonaro se sentiu à vontade para defender o já falecido torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra. Hoje, reafirmou sua homenagem ao torturador no conselho de ética. Esqueceu-se de voltar a parabenizar Cunha.

terça-feira 8 de novembro de 2016 | Edição do dia

Quando o deputado Jair Bolsonaro tomou a palavra na votação do impeachment de Dilma, já não podia mais haver dúvidas: tratava-se de um golpe. Disse Bolsonaro “Nesse dia de glória para o povo brasileiro, tem um nome que entrará para a história (...) parabéns presidente Eduardo Cunha. Perderam em 64, perderam agora em 2016 (...) contra o comunismo, pela nossa liberdade, contra o Foro de São Paulo, pela memória do Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff, pelo exército de Caxias, (...) o meu voto é sim”.

Uma fala que deixou tão evidente o conteúdo social do golpe institucional em curso, que escancarou com tanta cara de pau suas filiações históricas e ideológicas, que lhe valeu um processo no conselho de ética da Câmara dos Deputados. Os golpistas querem esconder a verdade que Bolsonaro mostrou de forma tão inequívoca.

Hoje, no entanto, Bolsonaro reafirmou a defesa da tortura, simbolizada na pessoa de Ustra. Não importa que agora queira, cinicamente, defender Ustra dizendo que não há provas de torturas. Além de ser mentira, pois há provas de sobra contra Ustra (só não há mais porque os arquivos ainda são secretos ou foram destruídos) seu discurso naquele dia é uma prova a mais... o pavor de Dilma Rousseff, não é nem mais nem menos que uma referencia aberta às torturas que os presos políticos sofriam sob o regime militar.

Bolsonaro homenageou Ustra no mesmo voto em que parabenizou Cunha. Nada deixa mais evidente que este voto o caráter do golpe que colocou Michel Temer na presidência. Se for cassado, o que é muito difícil, é porque sua defesa da ditadura e da tortura incomoda os que, apesar de concordarem com Bolsonaro, querem preservar a legitimidade do golpe institucional.




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