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Bolsonaro defende “amontoar” presos no já superlotado sistema carcerário brasileiro

terça-feira 6 de novembro de 2018 | Edição do dia

O presidente eleito nas recentes eleições manipuladas pelo judiciário golpista, Jair Bolsonaro, afirmou em entrevista nesta segunda feira que se não houver recursos federais para ampliação dos presídios a solução será “amontoar” os presidiários.

Segundo palavras de Bolsonaro: “A cadeia, se você tiver recursos, amplia. Ninguém quer torturar ninguém dentro da cadeia. Mas se não tiver recursos, amontoa", "Se não tiver recursos, lamento, você vai ter que amontoar esses caras lá."

Mesmo após afirmações do próprio STF que declarou recentemente que a situação nos presídios é inconstitucional, além de decisão de fevereiro de 2017 que determina a indenização de presos pelo poder público em unidades superlotadas, Bolsonaro afirma que tentará negociação com os ministros para fazer “política juntos”: “Eu vou procurar o Supremo Tribunal Federal e falar para o nosso presidente Dias Toffoli que temos que fazer política juntos para solucionar esse problema. Não basta eu ficar do lado de cá brigando com o Legislativo, [para] aprovar as coisas, e o Supremo lá na frente derrubar. Nós temos que trabalhar juntos porque nós estamos no mesmo barco"

Em um país que possui a terceira maior população carcerária do mundo, e que deve chegar ao fim desse ano ao impressionante número de 841 mil presos, segundo estimativa, esse número representa o dobro das vagas existentes no sistema carcerário. Onde mais da metade dessa população é composta por jovens de 18 a 29 anos e 64% são negros, cerca de 40% são presos provisórios, ou seja, ainda não possuem condenação judicial.

Esse é o cenário que permite que situações desumanas, na qual presos são expostos a condições insalubres, vítimas de doenças infectocontagiosas agravado pela superpopulação, onde ocorrem torturas e violências, e as mais diversas situações condenadas por órgãos de direitos humanos internacionais permaneçam ocorrendo.

Não é novidade o discurso reacionário de Bolsonaro que além de defender o encarceramento em massa dos jovens negros de nosso país defende que os policiais possam matar à vontade sem se preocupar em responder pela vida de milhares de brasileiros. Bolsonaro é o representante asqueroso da barbárie capitalista que aprofunda a pauperização da classe trabalhadora que é base para o aumento da violência social. Essa situação não melhorará com maiores medidas repressivas e sim com a legalização das drogas e com um programa anticapitalista, que crie empregos, garanta serviços básicos à população e reduza as desigualdades sociais.




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