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Bolsonaro acena para empresário acusado de trabalho escravo para ser ministro do seu governo

Flávio Rocha, dono da Riachuelo e acusado de trabalho escravo, ocupou lugar de destaque em encontro de Bolsonaro com empresários e foi apontado como possível ministro do candidato.

segunda-feira 13 de agosto de 2018 | Edição do dia

O deputado Jair Bolsonaro, candidato à presidência pelo PSL, organizou um encontro com empresários na última sexta-feira (10) em São Paulo para tentar convencer a burguesia de seu reacionário projeto para o país. O evento que ocorreu no dia seguinte após o primeiro debate entre os presidenciáveis foi organizado por Fabio Wajngarten, dono de uma empresa de pesquisas de audiência e colaborador da campanha de Bolsonaro. Dentre os executivos e empresários que estavam presentes, Flávio Rocha, dono da Riachuelo e acusado de trabalho escravo, ocupou lugar de destaque e, a convite de Bolsonaro, sentou ao lado do candidato.

Durante o encontro, Wajngarten sugeriu que Rocha compusesse o futuro ministério de Bolsonaro. A sugestão foi aplaudida e o deputado reagiu positivamente à ideia. Sem surpresas, o candidato deixa explícito mais uma vez que seu mandato estará à serviço dos empresários burgueses acusados de trabalho escravo, e não dos trabalhadores.

Flávio Rocha chegou a se lançar como pré-candidato pelo PRB, mas logo recuou. Seu partido está apoiando a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB), mas o dono da Riachuelo disse que não tem posição fechada ainda. Além de Flávio Rocha, no encontro estavam o dono da construtora Tecnisa Meyer Nigri; o dono e presidente do conselho de administração da rede varejista Centauro, Sebastião Bomfim Filho; e o sócio e presidente do conselho de administração da Localiza, Salim Mattar.

Agradando os empresários e prometendo enormes ataques à classe trabalhadora, Bolsonaro visa aumentar sua adesão, assim como fez em julho, quando se reuniu com presidentes do Itaú, da Suzano, entre outros nomes. O encontro de sexta durou cerca de duas horas, e o candidato reacionário falou sobre suas propostas liberais para a economia. Dentre elas, afirmou que é a favor da privatização da Petrobrás e, também, da associação entre a Embraer e a americana Boeing diante do aumento da concorrência no setor de aviação, submetendo ainda mais o país ao capital estrangeiro e ao imperialismo.

Como se não fosse suficiente, o candidato afirmou ainda que terá o apoio das chamadas bancadas da bala, do boi e da bíblia - parlamentares que apoiam, respectivamente, empresas de armas, ruralistas e a agenda religiosa. Segundo os aliados de Bolsonaro, esses grupos conservadores garantirão a governabilidade.

Bolsonaro foi ao evento acompanhado do filho e do Major Olímpio, que são deputados pelo PSL. Além disso, o general Augusto Heleno, filiado ao PRP, que chegou a ser cotado como vice, também esteve presente, e foi apontado aos empresários como futuro ministro caso seja eleito.




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