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As mídias alternativas e jornalistas que assinam esta nota denunciam e fazem um apelo aos partidos de esquerda e às organizações para que se posicionem contra a repressão do Estado Espanhol e denunciem as más práticas da mídia espanhola.

segunda-feira 21 de outubro de 2019 | Edição do dia

A questão na Catalunha é um problema político colocado de lado pelo governo espanhol, completamente surdo para com as demandas democráticas do povo catalão, expressas por mais de dez anos pacificamente nas ruas e nas urnas de votação.

A auto-determinação é um direito que encontrou sua resolução em outros países como o Canadá e a Reino Unido. A Espanha, no entanto, segue negando a realidade nacional da Catalunha e colocando o debate da auto-determinação por fora da política.

É necessário denunciar por todos os campos a recusa do Estado Espanhol em reconhecer o direito inalienável do povo catalão à auto-determnação, da mesma forma que é necessário denunciar que até agora a única resposta foi a repressão, com a condenação por 100 anos de líderes políticos e sociais catalães, tornada pública esta semana, e a brutal resposta repressiva que os protestos em rejeição à sentença recebeu.

O saldo de detidos por participar nos protestos já alcança mais de 20 pessoas desde que as manifestações começaram na segunda-feira, sem contar com as 9 pessoas processadas por terrorismo há um mês em uma armação de uma operação policial orquestrada para vincular independentismo com terrorismo sem nenhuma prova. Muitas das pessoas que participaram dos protestos foram vítimas de forte violência, com casos que chegaram ao nível de mutilações pelo uso de armas proibidas pelo governo autônomo catação, como armas de bala de borracha.

Nós também queremos denunciar o papel da mídia espanhola, comprometida com a disseminação da história oficial do Estado e das forças policiais que estiveram executando corridas repressivas por duas semanas. A estratégia de criminalização do movimento político pela auto-determinação tem um dos seus pilares fundamentais na criação de uma história interessada em oferecer uma imagem distorcida do povo catalão e do massivo movimento político independentista formulado por xenofobia e identitarismo anti-hispânico.

Durante esta semana sua conivência foi revelada ao espalhar exclusivamente as versões da polícia responsável por reprimir os protestos e deixando passar a ação violenta fascista de grupos pró-espanha que deixaram diversas vítimas. O objetivo é vender uma imagem que justifique ações subsequentes para suprimir a autonomia e justificar condenações por sedição, um dos mais sérios tipos criminais, para líderes políticos e sociais presos desde o outono de 2017. Como na Turquia, buscam estigmatizar organizações e partidos que estão organizando protestos como terroristas, assim negando os direitos fundamentais de manifestação e expressão.

É uma séria falta de ética manipular imagens, declarações e fatos para disciplinar uma falta história sobre a situação na Catalunha, contra qual temos que responder contundentemente. Nós portanto compartilhamos esta declaração para contribuir para uma abordagem ao conflito catalão que não seja tendenciosa e para combater as versões oficiais que a mídia espanhola estão disseminando para intoxicar a opinião pública na Espanha e em todo o mundo.

Assinam a presente declaração:

  • Sin Permiso
  • La Haine
  • Viento Sur
  • La Trivial
  • Kaos en la Red
  • Insurgente
  • Période
  • Revolution Permanente (França)
  • KlasseGegenKlasse (Alemanha)
  • La Voce delle Lotte (Itália)
  • Left Voice (EUA)
  • Esquerda Diário (Brasil)
  • La Izquierda Diario (Argentina)
  • La Izquierda Diario (Chile)
  • La Izquierda Diario (México)
  • Correo del Alba
  • Antipersona

Para adesões: [email protected] e [email protected]




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