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crise/lucro dos bancos | Segundo o jornal The Economist, o lucro dos bancos brasileiros se mantém alto independentemente da situação econômica do país.

Segundo o jornal The Economist, o lucro dos bancos brasileiros se mantém alto independentemente da situação econômica do país.

sexta-feira 3 de agosto de 2018 | Edição do dia

Desde a década de 1980 a economia do Brasil passou por uma série de momentos. Houve períodos de hiperinflação e de inflação abaixo da meta. Mudaram-se as moedas. Em alguns momentos o PIB real cresceu a 9% em outros ele recuou mais de 4% (dados do Banco Mundial). Em 1999 a taxa Selic chegou a bater 45%. Há dois anos atrás estava em torno de 14% e atualmente está em 6,5%. Apesar de todas essas flutuações na economia uma coisa se manteve estável: o alto lucro dos bancos.

Mesmo com a crise econômica, nem o Itaú Unibanco, nem o Bradesco (maiores bancos privados do país) viram seu retorno de capital ser menor do que 15,9%. Na primeira metade de 2018, o Itaú anunciou um retorno de 20,1%. Essa taxa é muito maior do que a dos bancos estão obtendo na Europa, que dificilmente conseguem passar de 10%.

Outro fato que também aconteceu na crise mundial é do aumento do monopólio bancário. Por exemplo, parte do America’s Citigroup foi vendido ao Itaú, enquanto parte do HSBC foi vendido ao Bradesco. Atualmente, no Brasil, três entidades privadas, junto com o Banco do Brasil, a Caixa e o BNDES (bancos de capital misto, mas cujo o governo possui mais da metade das ações), representam cerca de 82% do capital bancário e 86% dos empréstimos. Além disso, quase metade dos empréstimos vão para interesses privados, financiados por entidades privadas e pelo Estado.

Apesar desses lucros absurdos, os bancos são um dos principais setores que pressionam para o ajuste fiscal, que retira direitos dos trabalhadores para garantir o pagamento da dívida pública, que é a principal maneira de sugar nossos recursos nacionais (pois muitos destes bancos “brasileiros” possuem ação na mão de acionistas dos países imperialistas).

Lenin, analisando o imperialismo em 1916, classifica que um dos novos fenômenos dessa época era o capital financeiro, formado pela fusão do capital bancário com capital industrial. Portanto, diferente do que vem defendendo alguns setores da esquerda, como o candidato à presidência pelo PSOL Guilherme Boulos, não existe uma delimitação entre o capital bancário e o capital produtivo, de modo que a solução para os problemas do país seria se aliar com os setores produtivos contra o “monopólio dos bancos”.

Deste modo, a única resposta para os trabalhadores frente à crise que o país vive atualmente é um programa anti-imperialista e anticapitalista, que enfrente o lucro dos banqueiro levantando o não pagamento da dívida pública (http://www.esquerdadiario.com.br/Nao-pagar-a-divida-publica-e-a-unica-resposta-a-crise-do-pais). Por isso, nós do MRT e Esquerda Diário convidamos todos a construir essa campanha.




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