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APÓS REUNIÃO DO COPOM | Banco Central mantém taxa básica de juros em 14,25% ao ano

Flávia SilvaCampinas @FFerreiraFlavia

quinta-feira 3 de setembro de 2015 | 02:34

Na noite desta quarta-feira, 2, o Banco Central divulgou nota em que anuncia a manutenção da taxa básica de juros (SELIC) no patamar de 14,25% ao ano. A decisão do Comitê de política monetária (Copom) está baseada mais uma vez no controle da inflação do ponto de vista dos capitalistas, do bancos e empresários.

A preocupação do governo é deixar o dinheiro mais caro, encarecendo empréstimos, dívidas e financiamentos, reduzindo assim o consumo, a demanda por mercadorias. Como consequência do menor consumo, os preços de alguns produtos tenderiam a cair. Ou seja, a medida força a redução de preços com rebaixamento do nível de vida da população, que reduz seu consumo. Enquanto isso, empresários, bancos e ricos em geral, com investimentos no mercado financeiro cuja valorização está atrelada as variações na taxa básica de juros, estão com dias de bonança garantidos para os próximos meses, com seus ativos financeiros em valorização. Enquanto a população que viu suas dívidas aumentarem neste ano de baixo crescimento e aumento no desemprego, continuará pagando caro pela crise.

Do lado das contas do governo, o alto nível da taxa de juros só faz crescer o endividamento público, já que a dívida pública cresce a cada aumento na taxa de juros, ou seja, é mais dinheiro público sendo gasto para o pagamento de uma dívida externa fraudulenta para encher os bolsos dos grandes credores internacionais. Uma aparente contradição frente a todo os esforços de ajuste fiscal para “economia” de verbas para o pagamento dos juros da dívida por meio da política neoliberal de Dilma e Levy, uma política que ajustes que corta verbas dos gastos sociais e dos direitos dos trabalhadores.

Ainda no dia de hoje, declarações na imprensa e comunicados nos mercados financeiros de agencia de risco, dão conta de uma maior preocupação com relação a manutenção da equipe econômica do governo Dilma, particularmente, Levy, ministro da Fazenda, que teria “perdido prazo de validade”, a partir de um “fracasso” de suas medidas de ajuste, em especial após o anúncio do fechamento deficitário das contas do governo. O que preocupa a imprensa burguesa, os bancos e empresários é a busca pela efetividade de um ajuste fiscal, que necessariamente precisará aprofundar ainda mais medidas impopulares contra os trabalhadores e os mais pobres.
Segundo a nota divulgada pelo Banco Central, o elevado patamar da taxa básica de juros deverá ser mantido por período “suficientemente prolongado”. Por isso, é fundamental que seja levantada uma campanha pelo imediato não pagamento da dívida pública para que os trabalhadores não paguem pela crise.

Veja o comunicado do Copom na íntegra:

Avaliando o cenário macroeconômico, as perspectivas para a inflação e o atual balanço de riscos, o Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 14,25% a.a., sem viés.

O Comitê entende que a manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por período suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação para a meta no final de 2016.


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Economia



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